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geografia

Onde e quando os acidentes ocorrem

Quando os acidentes fatais de trânsito são transformados em pontos no mapa de Curitiba é possível perceber um incômodo-padrão: alguns tipos se repetem, com as mesmas características, mostrando que algo precisa ser feito para que não continuem acontecendo. Além das informações reveladas pelas demais reportagens da série Maio Amarelo – que mostram, entre outros perfis, a predominância de idosos atropelados e de casos de desrespeito à sinalização em acidentes fatais –, o mapa da ocorrência de óbitos em ruas e rodovias da capital evidencia os fatores que contribuem para os altos índices de mortalidade no trânsito.

A Cidade Industrial de Curitiba, por exemplo, vira uma grande "mancha" no mapa dos acidentes fatais. Maior bairro da capital, a CIC concentra 10% da área e também 1 em cada 10 moradores da cidade. Mas quando o assunto é óbito de trânsito, foram 38 casos em 2013 – que representam 17% das mortes de trânsito do ano passado. Boa parte da explicação está no tráfego do Contorno Sul e das marginais. Acontecem mais acidentes fatais na CIC do que no Centro de Curitiba. Há vários bairros com intenso fluxo de veículos, como o Cabral, em que nenhuma ocorrência gravíssima foi registrada no ano passado. Se for traçada uma linha imaginária dividindo a cidade ao meio, a região sul concentraria 64% das mortes no trânsito.

Mas os principais riscos não foram registrados nas rodovias, incluindo a Linha Verde. Foram as ruas e avenidas os locais com mais mortes de trânsito. Os contornos Norte e Leste, inclusive, não chegam a figurar entre os pontos mais perigosos. Já a região do Portão/Novo Mundo, em franco crescimento nas proximidades dos shoppings, também evidenciou a padronização dos acidentes. A concentração de moradores não é uma explicação – ou os bairros Campo do Santana e Tatuquara não teriam mais acidentes que o Alto da XV e o Batel. Há vários espaços vazios no mapa que mostram ruas, por onde trafegam milhares de veículos, em que não aconteceram acidentes graves.

De acordo com o tipo de vítima e o horário, o perfil dos acidentes fatais também muda. De manhã, eles são mais concentrados no eixo central, com predominância de atropelamento e colisão com moto. À tarde, os acidentes se esparramam pela cidade, sem um tipo predominante. À noite, migram claramente para as rodovias. De madrugada voltam a ocupar o anel central, com mais casos de óbito em ocupantes de automóveis.

O mapa das mortes no trânsito de Curitiba serve de alerta para os usuários e de orientação para ações que evitem mais acidentes. Para os motociclistas, a Linha Verde é mais perigosa do que o Contorno Sul. Em um único trecho de 1 quilômetro da Linha Verde, quatro pedestres perderam a vida. Já os acidentes com ciclistas estão concentrados na região sul.

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