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Recorte

Perigo concentrado em duas rodas

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Sem contar com uma "lataria" para proteção, as pessoas que circulam no trânsito sobre duas rodas estão mais expostas a acidentes graves. E isso não é apenas percepção. Somadas, as vítimas sobre motos e bicicletas em Curitiba no ano passado já ultrapassam os óbitos por atropelamento – que na série histórica, tanto local como nacional, sempre foi a principal causa de morte no trânsito. Foram 76 motociclistas e 14 ciclistas mortos – contra 86 atropelamentos fatais.

"A gente percebe, na prática, que 30% dos acidentes envolvem motociclistas, número que é condizente com a quantidade de veículos, mas que a relação é inversa quando se fala em vítimas. Aí são 70% de motociclistas", comenta o tenente Ismael Veiga, porta-voz do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran).

Habilitação

Entre os motociclistas, ainda chama a atenção a quantidade de condutores não habilitados que se envolveram em colisões com mortes: 18 não tinham carteira de habilitação. "Há um indicativo de que quem não tem habilitação está menos preparado, não conhece tanto as regras de trânsito e aprendeu a pilotar com vícios. Mesmo quem passa pelos procedimentos do Detran não está totalmente preparado, muito pior é com quem não passa", resume. Além da falta de habilitação, o BPTran informa que são vários os casos, descobertos em blitze, de motociclista com a carteira suspensa ou cassada. "Essas pessoas não deviam estar trafegando", lembra.

Perfil

A grande maioria dos mortos nos acidentes envolvendo motocicletas no ano passado era homem, com menos de 30 anos. As colisões fatais com motociclistas repetem o mesmo padrão dos acidentes de carros, com mais casos nos sábados à noite, associados ao uso de bebida alcoólica e a excesso de velocidade. Mas o destaque negativo é que o desrespeito à sinalização é, segundo a análise feito dos casos, mais frequente entre os usuários de motos. "Muitas vezes não é respeitada a distância entre os veículos e há mudança repentina de faixa", complementa Vera Lídia Alves de Oliveira, que coordena a comissão de análise de óbitos do Programa Vida no Trânsito.

Álcool

Tanto em situações envolvendo motociclistas quanto ciclistas, as equipes que analisam as mortes no trânsito encontraram condutores embriagados. "Conseguir se manter sobre duas rodas já não é fácil, imagine sobre o efeito de álcool", comenta o médico especialista em trauma Ricardo Falavinha. Outro alerta é feito pelo BPTran: a maior parte dos acidentes envolvendo moto e bicicleta ocorre no cruzamentos. É preciso atenção redobrada. "Às vezes, ele [motociclista ou ciclista] está correto, mas não age defensivamente. O sinal verde não basta para ele. Por estar mais exposto, precisa se proteger mais", define o tenente Veiga, do BPTran.

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