A paciência é a virtude que os motoristas que desejam chegar ao Passeio Público de Curitiba mais exercitam. Quem se aventura a bordo do próprio veículo enfrenta todo o trânsito pesado do anel central, além da dificuldade para estacionar nas imediações do parque mais antigo da capital. Faltam vagas públicas para carros e os poucos estacionamentos privados cobram preços salgados.
"Não há muito o que se fazer. É uma área nobre, onde não tem como criar espaços de estacionamento", resume o coordenador do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Bertin. "É quase um problema insolúvel. O que se fizer pode até amenizar, mas não vai resolver", completa o professor do doutorado em Gestão Urbana da PUCPR, Fábio Duarte.
Quando o parque foi inaugurado, em 1886, Curitiba era uma cidade provinciana que contava com cerca de 25 mil habitantes. Com o crescimento da capital, o Passeio se viu estrangulado por vias destinadas principalmente ao tráfego rápido de carros e ônibus. É como se, ao longo do processo de urbanização, o logradouro tivesse sido isolado, engolido pelo vaivém de veículos. "Não se previa este problema na época [da inauguração]. Agora, é preciso ir atualizando o Passeio para a realidade atual", diz o professor do Departamento de Transportes da UFPR, engenheiro Eduardo Ratton.
Alternativas
Mas a dificuldade para chegar de carro não é desculpa para deixar de visitar o Passeio. A saída é apostar em outras formas de locomoção mais rápidas e baratas, como o transporte coletivo e a bicicleta. O quadro é mais positivo para quem prefere usar o ônibus. Em três praças próximas a 19 de Dezembro, a Santos Andrade e o Largo Bittencourt há uma oferta total de 22 linhas municipais, nove metropolitanas, seis diretas (em estações-tubo) e duas circulares, além do expresso biarticulado que passa em frente ao Passeio.
Já quem opta pela bicicleta tem à disposição uma ciclovia que margeia o parque. O problema é que existe apenas um paraciclo, com seis vagas, para deixar a bike. E também não há bicicletários para os ciclistas guardarem o equipamento com maior segurança.