Por que não?
Ideias mirabolantes e pés no chão atiçam a imaginação
Em breve, os pedalinhos vão dominar o lago do Passeio Público, em uma colorida regata de sábado. A ideia do jornalista Dante Mendonça é realizar eventos que agitem o espaço, que podem ser desde um simples e silencioso lançamento de livro até uma competição aquática. "Já pensou em congelar o lago no inverno para fazer uma pista de patinação no gelo?", brincou o presidente do Ippuc, Sérgio Pires, arrancando risos de todos que acompanhavam a audiência pública para reocupação do passeio. As ideias, mais mirabolantes ou pé no chão, sempre acabam remetendo à pergunta: por que não?
Entre as sugestões apresentadas estão a reformulação de alguns espaços como o aquário, a parte de zoológico e o restaurante e a criação de um museu a céu aberto de fotografia. Outra ideia, do movimento cicloativista, é um projeto para criação de uma escolinha de ciclismo para crianças. Para esse grupo, o Passeio ainda deve se tornar o ponto de partida da nova ciclofaixa de lazer, que deve ter o traçado reformulado e ir até a Praça Nossa Senhora de Salete, integrada às ciclovias já existentes. A ordem é imaginar, olhar para o amanhã e atender às expectativas dos sonhos dos curitibanos para a própria cidade. (FT)
Um espaço charmoso, com opções gastronômicas que vão de bistrôs a casas de chá, palco para apresentações culturais e que dá atenção especial aos frequentadores da terceira idade. Essas são algumas das ideias apresentadas na primeira audiência pública realizada ontem, em Curitiba, para retomar a ocupação do Passeio Público.
O encontro ocorreu durante reunião da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas da Câmara de Vereadores e contou com a presença de dois representantes da prefeitura: Sérgio Pires, do Ippuc, e Marcos Cordiolli, da Fundação Cultural de Curitiba. Eles ouviram sugestões dos organizadores do movimento popular de retomada do Passeio: Enéas Lour, Dante Mendonça e Beto Bruel. No fim do encontro, que durou pouco mais de uma hora, o sentimento era de satisfação pela abertura de um diálogo e a possibilidade de concretizar as propostas.
Movimentação
Marco histórico e cultural da capital e localizado em pleno centro da cidade, o parque de 1886 chama a atenção atualmente apenas pelo abandono. Mendonça lembra que o chafariz, definido como "criadouro de dengue", é um retrato simbólico da situação a que o parque chegou. A questão proposta pelo grupo não é remover quem já frequenta o lugar, mas sim provocar a ocupação do espaço por quem fechou os olhos para o Passeio. "Precisamos ocupar oferecendo atrações, senão, ninguém vai. Precisamos induzir a ocupação", defende.
Cordiolli, da FCC, informou que incluiu o Passeio no projeto Música nos Parques e não descarta a possibilidade de desenvolver um projeto de leitura no local. Ele defende que o espaço esteja integrado às outras estruturas do Centro.
Um futuro projeto de ocupação do espaço será definido pelo Ippuc, que já tem se reunido com a FCC e com a Secretaria de Meio Ambiente, que é o órgão responsável pela gestão do espaço, para definir as diretrizes dessa retomada. Agora, o espaço também está aberto a sugestões da sociedade, já que esse choque inicial movimentou o setor.
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