Está marcada para amanhã uma reunião entre órgãos da prefeitura de Curitiba para discutir a revitalização do Passeio Público, localizado no Centro da cidade. O encontro será realizado durante a reunião da Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores, que ocorre depois da sessão plenária. Estarão presentes representantes da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e do grupo informal de artistas que iniciou na internet uma mobilização pela revitalização do Passeio Público.
Na reunião serão levantadas as primeiras ideias sobre o tipo de trabalho que poderá ser realizado no parque. Dentre as propostas para revitalização do Passeio o parque mais antigo da cidade, inaugurado em 1886 está o projeto de um museu ao céu aberto, a reforma do aquário, que passaria a contar com a fauna e a flora das cinco bacias hidrográficas do Paraná, além da revitalização do espaço de shows e do antigo restaurante que funcionava no local. "O Passeio merece ser tratado com dignidade. É a única área verde da região, e sofreu muito nos últimos anos", afirma Sérgio Pires, presidente do Ippuc.
Pires lembra que os arredores do parque notadamente a Rua Riachuelo receberam ações de melhoria recentes. Um eixo que pode se expandir para o Passeio Público. "Cada uma das ruas do entorno tem uma cara diferente, e o Passeio acabou ficando ilhado no meio delas, sem função", lamenta.
Mudanças culturais
A discussão sobre a revitalização do espaço recai sobre uma nova estratégia de uso. O zoológico, atrativo das famílias curitibanas até o início dos anos 90, perdeu atratividade em parte por mudanças culturais que ocorreram na sociedade durante este período. "Temos de preservar as referências históricas da área e, ao mesmo tempo, criar um espaço para ser desfrutado atualmente. Ao lado dos jogos de dama, das conexões de internet ao ar livre", sugere Pires.
Para o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, a recuperação do Passeio se insere numa estratégia de preservação da identidade urbana de Curitiba. "Uma grande cidade precisa de aparelhos nos bairros, mas o Centro conserva a história e a cultura da cidade", justifica. "Queremos retomar atividades musicais que existiam antes, promover o teatro de rua", almeja.