A reforma ortográfica passou a vigorar no Brasil neste dia 1.º de janeiro. O prazo oficial é que até 31 de dezembro de 2012 a adaptação seja feita de maneira completa. Até lá, as duas formas, antiga e atual, conviverão juntas, inclusive em concursos públicos, exames vestibulares e provas escolares. Para as escolas, a adesão à reforma deve ser feita até 2010. A Gazeta do Povo decidiu adotar as novas regras a partir de hoje, na primeira edição do jornal em 2009.
Apesar das mudanças atingirem em menor escala a grafia utilizada no Brasil aproximadamente 0,5% das palavras contra 1,6% em Portugal ; os brasileiros podem estranhar algumas regras adotadas, como o fim do trema e o desuso dos acentos agudo e circunflexo em determinados casos.
Política
A intenção do acordo é unificar o registro escrito nos oito países de língua portuguesa: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. Mais de 200 milhões de pessoas falam português em todo o mundo. Segundo o professor titular de Língua Portuguesa da UFPR, Carlos Alberto Faraco, membro da Comissão para Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), o acordo tem uma importância fundamentalmente política. "Nunca se alcançou antes a unificação ortográfica porque o Brasil nunca cumpriu os acordos que assinou anteriormente (1931 e 1945). A partir de um determinado momento, Portugal passou a fazer uso político das diferenças para embaraçar a presença cultural brasileira nos demais países de língua portuguesa oficial e a difusão internacional do português brasileiro", explica.
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Principais dificuldades
Acentuação
A supressão do acento agudo em paroxítonas com ditongos abertos "éi", "ói" causa desequilíbrio porque não pode ser aplicada aos ditongos das oxítonas. Antes a acentuação era feita pelo som das palavras.
Para não errar, vale recorrer à classificação segundo a tonicidade, ou seja, relembrar as regras de acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Independentemente do fonema que automaticamente levava à acentuação.
Hífen
Não vai hífen nas palavras que perderam a noção de composição, mas uma lista de palavras com essa perda não aparece no Acordo Ortográfico. A noção de composição é subjetiva e deixa margem à dúvida.
Exemplo de possível confusão:
Antes - Pára-quedas
Agora - paraquedas
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