Betty: início da vida profissional após os 50 anos| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo
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Você pode não ter percebido, mas nos últimos oito anos Curitiba foi palco de uma revolução silenciosa, iniciada nos lares onde mulheres costumavam se definir como donas de casa. Se na pesquisa realizada pela Gazeta em 2000, 18% da população feminina se encaixava nessa definição, hoje elas são apenas 8%. Na maioria acima dos 50 anos, essas mulheres tornaram-se uma espécie de "autônomas do lar", exercendo dentro de casa as mais diversas atividades, entre elas a venda de produtos por conta própria e a prestação de serviços.

Segundo Yára Bulgacov, psicóloga social e professora da Universidade Positivo, essa queda reflete a profissionalização feminina que mais tem crescido no âmbito do trabalho autônomo informal. "O autoemprego é uma alternativa para a geração de renda das mulheres. Trabalhando dessa forma elas conseguem organizar melhor seus horários sem se ausentar das responsabilidades domésticas nem causar conflitos entre sua vida familiar e profissional."

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Para a ex-dona de casa e hoje bem-sucedida empresária Betty Queiroz, 59 anos, a palavra Zoe, do grego, vida, significa mudança, renovação. Após o divórcio, há 12 anos, não tinha ânimo para realizar outra ocupação. Mas, por orientação médica e incentivo dos filhos, decidiu ir à luta e assumiu um empreendimento da família, a marca Zoe joias alternativas. Para ela, que entrou no mercado aos 54 anos, quando a maioria das pessoas está pensando em se aposentar, a atividade profissional deu maior independência.