Carolina Tokars Wernick faz parte dos 43% privilegiados que usam internet| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Mesmo com pouco afinidade com as tecnologias, Gabriel Marchioro é exceção aos 88% entre 55 e 75 anos que nunca usaram a internet

A estudante universitária Carolina Tokars Wernick, 18 anos, aprendeu a usar seu computador por conta própria. Mais que natural imaginar jovens com essa média de idade espertos o suficiente para entender, sem esforço, de computadores, de internet e de aparelhos celulares. Carolina admite que "cresceu com essa tecnologia". Apesar da rotina da estudante girar em torno dos trabalhos de faculdade feitos no computador, contato com amigos pelo MSN, Orkut e e-mail, ela faz parte de um grupo de privilegiados, formado por 43% dos moradores da Grande Curitiba, que usam a internet.

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Os dados da pesquisa da Gazeta do Povo mostram que dos que utilizam a internet, 50% o fazem frequentemente. Um total de 16% das pessoas fazem compras pela rede, 48% têm banda larga e daqueles que não usam esse recurso, 35% pretendem adquiri-lo nos próximos 12 meses. Outro dado interessante faz referência à inclusão digital, ainda um desafio a ser enfrentado: 25% dos jovens entre 16 e 17 anos nunca tiveram contato com a web.

Computador pessoal

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A pesquisa revelou que 60% dos moradores da Grande Curitiba não possuem computador. Roseli Aparecida Zanon Merlin, dona de uma escola e de uma empresa de informática em Campo Largo, região metropolitana, afirma que apesar desse dado, tem aumentado significativamente a procura por cursos especializados. "Sentimos um aumento por cursos de AutoCad e Excel avançado, em função das empresas exigirem profissionais qualificados."

Por outro lado, ainda há uma parcela da população caminhando a passos lentos em relação à tecnologia. Gabriel Marchioro, 55 anos, possui uma empresa de venda de madeira em Curitiba e sua relação com as ferramentas oferecidas pela tecnologia é básica. "Utilizo meu computador apenas para enviar e-mails. Até tenho instalado em minha máquina o MSN, mas não uso. A empresa tem site, tenho internet em casa, mas minha relação com os computadores é praticamente zero". Para completar a pouca relação com a tecnologia, o empresário tem um aparelho celular de última geração, no qual apenas recentemente aprendeu a inserir contatos na agenda. "O plano empresarial de telefonia da empresa me forneceu um celular com MP3, acesso à internet, máquina fotográfica, mas o que faço mesmo é telefonar. Só agora um amigo me ensinou a colocar números na agenda telefônica, mas como me perco ao procurar os nomes, quando quero telefonar vou direto à agenda em papel", diz ele.