Com uma população de mais de 3 milhões de habitantes, a capital do Paraná e sua região metropolitana reúnem diferentes histórias quando a pergunta é "quem somos nós moradores da Grande Curitiba e de onde viemos?". Segundo os dados da pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo, 55% da população nasceu em outra cidade do Paraná ou em outro estado, e veio para a capital e municípios vizinhos, principalmente, para acompanhar os pais.
Professor nas cadeiras de Estratégia de Empresas e Projeto Integrado de Negócios da Fundação Getúlio Vargas, Luciano Salamacha diz acreditar que a atratividade de Curitiba e RMC vêm sofrendo transformações ao longo do tempo. "Houve uma época em que estar em Curitiba significava ter acesso à educação e à saúde", comenta. "Depois, com a Cidade Industrial, ela virou sinônimo de emprego. Nas décadas de 1980 e 1990, o que se via era uma cidade projetada com conceitos urbanísticos inovadores. Até que no fim de 90, houve uma revitalização da indústria com a entrada das empresas automobilísticas". Segundo ele, enquanto a Grande Curitiba notabilizava-se como centro de qualidade de vida, motivos externos promoveram o êxodo de cidades maiores. "Executivos paulistas, por exemplo, optaram por morar sozinhos de segunda à sexta em São Paulo, deixando suas famílias aqui, onde encontraram opções culturais e comerciais, ao mesmo tempo em que vivem como em uma cidade do interior."
Segundo Salamacha, analisar os movimentos sociais é fundamental para entender que tipo de oportunidade as pessoas valorizam hoje. A tecnologia alterou consideravelmente o conceito do que é oportunidade. Disponibilidade e visibilidade são as palavras-chave para o sucesso profissional. "A internet e a telefonia celular permitem que um profissional more na região metropolitana e consiga atender clientes de São Paulo ou do Rio de Janeiro."