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Integração

Em busca de um lugar no ônibus da RMC

Entre as três candidatas, Rio Negro é a que apresenta maior população. A cidade tem 31 mil habitantes e 80% deles vivem na área urbana | André Lima/ Gazeta do Povo
Entre as três candidatas, Rio Negro é a que apresenta maior população. A cidade tem 31 mil habitantes e 80% deles vivem na área urbana (Foto: André Lima/ Gazeta do Povo)
Os quatro filhos de Maria da Glória deixaram Campo do Tenente à procura de melhor qualificação |

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Os quatro filhos de Maria da Glória deixaram Campo do Tenente à procura de melhor qualificação

Piên tem 60% da população na zona rural. |

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Piên tem 60% da população na zona rural.

As oportunidades de emprego em Campo do Tenente se concentram na área rural e na prefeitura. Morador que busca emprego em Curitiba paga R$ 16 na passagem de ônibus |

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As oportunidades de emprego em Campo do Tenente se concentram na área rural e na prefeitura. Morador que busca emprego em Curitiba paga R$ 16 na passagem de ônibus

Quando se fala da Região Me­­tropolitana de Curitiba (RMC), não se pode abrir mão de superlativos: uma área muito grande, milhões de habitantes e muitas desigualdades. Se fosse um estado brasileiro, a RMC teria mais cidades do que Acre, Amapá e Roraima, e desbancaria 12 unidades da federação em quantidade de habitantes. E essa re­­gião, que congrega 3,2 milhões de moradores, pode crescer ainda mais, da divisa com São Paulo à divisa com Santa Catarina.

Tramita na Assembleia Le­­gislativa do Paraná a proposta que incorpora à RMC os municípios de Piên, Campo do Tenente e Rio Negro, distantes mais de 90 quilômetros da capital. Além da distância, eles têm necessidades diferentes das verificadas em Curitiba e nas cidades do entorno imediato, com uma grande parcela de moradores na área rural e uma população que não ultrapassa 40 mil habitantes.

Motivo de aflição para pesquisadores, que veem uma re­­gião sem unidade, o aumento da RMC é um grande desejo dos moradores e políticos locais, todos em busca de uma possível integração no transporte coletivo e de mais recursos do governo federal.

Em Campo do Tenente, a integração à RMC é avaliada como uma importante ajuda para movimentar a economia local. "Se vier o ônibus metropolitano, vai ajudar. Estamos precisando de mais oportunidades de emprego", diz a comerciante Maria da Glória, referindo-se ao ônibus que percorre cidades da RMC até Curitiba. Maria tem quatro filhos e conta que todos deixaram Campo do Tenente à procura de melhor qualificação – três foram para Santa Cata­­rina e um para o Mato Grosso do Sul.

Campo do Tenente tem 7,1 mil habitantes, dos quais 41% residem na zona rural.

A professora Marlene Komar­­chewski diz que as oportunidades de emprego concentram-se principalmente no campo e na prefeitura. Para o morador que busca emprego em Curitiba, são poucos os horários de ônibus, com uma passagem em torno de R$ 16. Uma opção é ir até a cidade de Quitandinha, que faz parte da RMC, e pegar um ônibus de linha até a capital, cuja tarifa sai por R$ 3. "Quitandinha cresceu um monte com o ônibus metropolitano", compara Marlene. O prefeito do município, Valfrido Eduardo Prado, explica que, antes da integração do transporte com Curitiba, os passageiros pagavam mais pelo deslocamento. "Esse é um dos motivos fortes e vantajosos de ser da RMC", diz.

Outra vantagem apontada são os repasses do governo federal. De acordo com o coordenador da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Rui Hara, a maioria dos recursos do governo federal só pode ser transferida a municípios de até 50 mil habitantes. Ao serem incluídos na Região Me­­tropolitana, eles escapam desta limitação. Hara diz que foi consultado sobre a inclusão dos novos municípios e que não se opôs, justificando que são os únicos do primeiro planalto paranaense que ainda não fa­­zem parte da RMC.

Por esses motivos, moradores e lideranças locais estão esperançosos pela aprovação da proposta entre os deputados. Nos bastidores da Assembleia, no entanto, comenta-se que a orientação dada aos deputados da bancada governista é que a decisão fique exclusivamente a cargo do Executivo.

Colaborou Sandro Moser

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