Quem mora em Paranaguá sabe que, se não fosse o porto, a cidade não teria as oportunidades que tem hoje. Além da receita gerada pela movimentação no terminal, os milhares de caminhoneiros, tripulantes de navios e prestadores de serviço que vão à cidade giram um volume significativo de recursos no comércio local. Em contrapartida, deixam um ônus para a comunidade.Luiz Carlos Scariot é proprietário de um bar em uma região próxima ao porto. Ao lado do estabelecimento, que funciona há 15 anos, passa uma das vias de maior movimento de caminhões em direção ao terminal. O estado precário da rua causa indignação no comerciante, que mostra uma pedra arremessada durante a passagem de um caminhão e o vidro quebrado. "Poderia ter atingido uma criança. De que adianta pagar os impostos em dia se ninguém cuida da rua?", questiona.
Em outro ponto, João Luiz de Assunção administra um restaurante cuja clientela é formada quase em sua totalidade por funcionários dos terminais ligados ao porto. Ele reclama dos transtornos causados pelo tráfego pesado. "Muitas vezes acontece o derramamento de algum produto, aí vem a chuva e gera mau odor", aponta.
São dois os acessos ao Porto de Paranaguá. A Avenida Ayrton Senna, de responsabilidade do governo federal, deve ter as obras de recuperação licitadas no próximo mês. Já a Avenida Bento Rocha está sob a responsabilidade do governo do estado, pela Superintendência dos Portos. Para o vice-prefeito Fabiano Elias, os problemas acarretados pelo porto não são maiores que os encontrados em outras cidades. "São problemas oriundos não da movimentação excessiva de cargas, mas da alta incidência de pessoas transitando. Em cidades que não têm porto você encontra isso também" avalia.
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