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“cidade mais companheira”

O município que une forças às causas locais

A Fundação Rotária custeou 25% do valor da moradia onde Jurema Particheli vive com os filhos | Fotos: Hugo Harada / Gazeta do Povo
A Fundação Rotária custeou 25% do valor da moradia onde Jurema Particheli vive com os filhos (Foto: Fotos: Hugo Harada / Gazeta do Povo)

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Em Francisco Beltrão, para onde se olha é possível encontrar alguma marca do Rotary Club, organização internacional que presta serviços humanitários e prega a ética e a paz. Os números explicam essa associação: para cada 200 habitantes existe um representante do clube de serviço, a maior proporção registrada em todo o Brasil. Com 11 clubes presentes, o município do Sudoeste paranaense ganhou o apelido de "cidade mais companheira do Brasil".

Com 78,9 mil habitantes, Francisco Beltrão possui atualmente mais de 400 rotarianos, entre empresários, profissionais liberais e líderes comunitários. Pode parecer pouco, mas os efeitos dessa presença saltam aos olhos. Além de projetos que incluem a construção de moradias, empréstimo de equipamentos hospitalares, educação no trânsito e meio ambiente, o Rotary teve participação ativa em questões envolvendo a criação de entidades associativas e a ampliação da representatividade política do município.

"É difícil enxergar Francisco Beltrão sem o Rotary. Desde o início, ele tem sido decisivo, encabeçando parcerias, somando forças com entidades e o poder público. E quando se tem um somatório de forças tudo fica mais fácil", diz o empresário Edgar Behne, governador do Distrito 4.640, que congrega municípios do Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do estado. Com 91 clubes e 2,6 mil associados, é o maior distrito de toda a América Latina.

Trajetória

A história do Rotary em Francisco Beltrão começou em 1966, quando um grupo de 27 pessoas fundou o primeiro clube com o intuito de unir forças em torno das causas locais. "Nosso povo passou por muitas dificuldades, precisou lutar pela posse de suas terras. Isso nos uniu, fazendo com que o associativismo se fortalecesse", relata Névio Urio, ex-governador do distrito e atual coordenador assistente da Fundação Rotária. De acordo com ele, foi o Rotary quem bancou a construção do parque de exposições e articulou a criação da Associação Comercial e Empresarial de Francisco Beltrão.

Foi a partir de 1988 que teve início o processo de expansão do Rotary na cidade, com a criação de novos clubes. O 11.º foi instituído em novembro deste ano. Para seus representantes, essa profusão se deve aos projetos desenvolvidos pela organização, como o que viabilizou a construção de 152 casas para famílias carentes. A Fundação Rotária, entidade que gerencia recursos doados pelos rotarianos, custeia 25% do valor da moradia, enquanto outros 25% são bancados por uma entidade do exterior. Uma das beneficiadas foi a moradora Jurema Partichelli, que há sete anos deixou uma área de risco para ganhar um novo teto. "Nem preciso dizer o quanto mudou. Aqui sim é vida", avalia a desempregada que vive com três filhos.

Atendimentos

Também foi graças à Fundação Rotária que a Escola Oficina Adelíria Meurer, que atende crianças de baixa renda e em situação de risco, ganhou um novo laboratório de informática. Foram doados 35 computadores, que atendem 250 alunos e os pais deles. "O trabalho com informática é essencial para preparar esses estudantes para a vida", ressalta o diretor da escola, Wagno Antônio da Silva.

O Rotary disponibiliza ainda um banco de equipamentos médicos, como cadeiras de rodas, andadores, camas hospitalares e cadeiras para banho. A atuação passa por campanhas de educação no trânsito e incentivo ao voto em candidatos locais, o que ajudou a aumentar a representatividade política do município.

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