Mais festas
Os descendentes de alemães promovem outras festas típicas no Paraná. Conheça algumas:
Oktoberfest (Marechal Cândido Rondon)
O município da Região Oeste tem a maior colônia alemã do Paraná e realiza no mês de outubro sua festa. Com cinco dias de duração, a festa tem chopp, comidas típicas, música e dança. Em 2011, a Oktober completou sua 22ª edição.
Oktoberfest (Rolândia)
Outro município com uma grande colônia germânica, Rolândia, no Norte do estado, também tem há 24 anos sua Oktoberfest. São dez dias de festividades, que misturam música alemã com atrações populares.
Oktoberfest (Pato Bragado)
Apesar de mais nova e menos famosa que as festas de Marechal Cândido Rondon e Rolândia, a Oktoberfest de Pato Bragado, na Região Oeste, também tem muito chopp e comidas típicas. O evento acontece há 13 anos.
Münchenfest (Ponta Grossa)
A Münchenfest nasceu em 1992 como a primeira festa nacional do chopp escuro. Realizado entre os meses de novembro e dezembro, o evento cresceu e hoje se tornou a maior festa da região dos Campos Gerais.
É no caminho para Foz do Iguaçu, na Região Oeste do estado, que está Céu Azul, cidade de 11 mil habitantes onde se estabeleceu uma colônia de imigrantes alemães. A exemplo de outros municípios paranaenses, a presença germânica no local é facilmente detectável. As feições, o sotaque e os sobrenomes dos habitantes entregam que por ali passaram imigrantes que fincaram raízes e deixaram uma herança para as novas gerações. Para os descendentes que permanecem até hoje, manter as tradições de seu povo tem sido um desafio, compartilhado entre poucos e cada vez mais distante dos jovens.
Em Céu Azul, são aproximadamente 300 famílias que preservam a língua materna, a culinária e outros costumes trazidos da Europa. Seu principal ponto de referência é a Igreja Evangélica da Confissão Luterana, onde também se originou uma das principais manifestações culturais dessa comunidade: a Kerbfest, festa germânica que acontece há 19 anos e tenta manter viva uma tradição que já não parece encantar a cidade como em outros tempos. A comemoração em muito se parece com dezenas de outras festas populares realizadas em todo o Paraná e que procuram unir a comunidade em torno de suas raízes culturais.
Ritual
O dia 2 de dezembro passado, uma sexta-feira, marcou a abertura da festa que se estenderia durante o fim de semana. A poucas horas do início da festividade, a movimentação maior ainda estava na cozinha, onde um grupo de senhoras preparava os quitutes oferecidos aos convidados: cucas, linguiças e o tradicional eisbein, joelho de porco servido com chucrute. À frente dos preparativos, Jonimar Jung, presidente da paróquia e organizador da Kerbfest, preparada para um público de 800 pessoas, em três dias. "Fazemos a festa mais para manter a tradição e conseguir algum recurso para a comunidade", revela.
A iniciativa teve início em 1993, seguindo a tradição de muitas comunidades na Alemanha. Geralmente marcando a inauguração de uma igreja, o Kerb servia como oportunidade para festejar com danças, comidas e bebidas. A Kerbfest de Céu Azul celebra o aniversário da igreja luterana local e tem entre seus atrativos apresentação de corais, grupos musicais e chopp. "No começo vinha bastante gente, já que era o principal evento da cidade. Depois a gente começou a dividir atenção com outras festas", conta Jonimar, confirmando a queda de público ao longo dos anos.
No grupo que prepara o evento, é impossível não atentar para a presença maciça de pessoas de mais idade. A maioria participa desde as primeiras edições e fala da Kerbfest com uma alta dose de saudosismo. "A primeira festa foi a mais bonita de todas. Teve uma noite em que passaram 8 mil pessoas", conta Marli Franke, lamentando ainda que poucas pessoas participem da festa com o traje típico alemão.
A prevalência dos veteranos contrasta com a pouca participação de jovens na festa. Como forma de estimular essa parcela da população a participar, é realizado a cada dois anos o concurso que elege a rainha e a princesa da Kerbfest. "Infelizmente os jovens não ligam muito para essa tradição, eles não querem mais saber", diz Romilda Wolf, outra participante das antigas que tenta manter viva a celebração.
Brasil terá Ano da Alemanha
O período que antecede a Copa do Mundo de 2014 vai marcar o Ano da Alemanha no Brasil, uma iniciativa para aproximar os dois países e aumentar a cooperação entre os dois povos. O anúncio foi feito na semana passada pelo embaixador da Alemanha no Brasil, Wilfried Grolig, que visitou o Paraná. De acordo com ele, estão sendo preparadas várias atividades em diferentes regiões do país, que acontecerão entre o segundo semestre de 2013 e o primeiro de 2014.
Wilfried destaca a forte presença dos alemães no Brasil, que colonizaram diversas regiões e contribuíram para o crescimento do país. "Eles também são parte do sucesso do país. Assim como a Alemanha também se tornou um país inovador porque aceitou pessoas que vieram de fora", avalia o embaixador, reforçando a necessidade de intercâmbio entre os povos.
É justamente com esse propósito que está sendo planejado o Ano da Alemanha no Brasil. Apesar de o projeto ainda estar sendo elaborado, a programação deverá incluir atividades artístico-culturais, acordos comerciais e parcerias entre instituições. "O objetivo é ter uma visão em 360 graus do que acontece entre Brasil e Alemanha. Se não nos conhecermos, fica difícil manter uma amizade", observa Wilfried.
De acordo com o embaixador, os dois países vêm mantendo importantes parcerias no setor comercial, com missões internacionais frequentes, e no campo da tecnologia. Um dos aspectos que precisam ser aprimorados, em sua opinião, é o intercâmbio entre estudantes brasileiros e alemães. "É preciso ter mais recursos para mandar jovens à Alemanha, para que eles aprendam a língua e a cultura, vivendo a realidade local."
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