Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
avaliação

Especialista é a favor de instituições mais autônomas, mas com transparência

Na opinião do sociólogo Simon Schwartzman, especialista em ensino superior e pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), o caminho para fazer com que as universidades usem melhor os recursos que recebem é dar mais autonomia para que utilizem este dinheiro, público ou privado, mas cobrando delas metas claras e transparência.

“O problema é que o regime de serviço público não permite isso, e os setores mais dinâmicos das universidades, como os institutos de pesquisa e tecnologia, necessitam poder administrar seus recursos de forma mais flexível“, afirma Schwartzman. Segundo ele, é nesse contexto em que surgem as fundações. “Elas são parte da solução, não do problema. O problema está na burocracia e na inércia deste atual modelo de serviço público.” Para o sociólogo, é preciso alterar este regime.

Desde domingo (12), a série Universidades S/A vem apontando que alguns negócios que envolvem fundações geraram contratos com professores de universidades que também são proprietários de empresas beneficiadas por estes acordos, o que é proibido por lei. Para o sociólogo, porém, o uso das fundações pode gerar uma flexibilização que coíbe a corrupção. “Os financiamentos obtidos das agências de financiamento de pesquisa e através de convênios com empresas públicas e privadas normalmente requerem relatórios, prestações de conta, você tem de mostrar como o dinheiro está sendo utilizado. O problema é que um grande setor da universidade não quer mudar a forma como a universidade funciona. Para eles, a burocracia é boa. Eles recebem recursos públicos, independentemente dos resultados que possam obter, no ensino e na pesquisa.”

Schwartzman afirma também que não se pode condenar professores que, mesmo com contratos de dedicação exclusiva, buscam alternativas para melhorar seus salários e trazer recursos para as universidades. “A dedicação exclusiva acabou virando salário-base para a grande maioria dos professores das universidades públicas. A ideia original era que metade do tempo de dedicação seria dedicado à pesquisa, mas sabemos que pesquisa de qualidade está concentrada em um número reduzido de universidades e departamentos. Não há porque pensar que os professores que trazem mais dinamismo e mais recursos para as universidades não podem ganhar mais por isto.”

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.