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Confira quais são as mudanças previstas para a favela do Parolin:
> 1.507 famílias serão beneficiadas pelas obras de urbanização no Parolin, recebendo cada uma o título de propriedade do imóvel.
> 677 famílias serão reassentadas em casas e sobrados com até três quartos, com tamanho de 28 a 43 metros quadrados.
> 830 residências vão receber obras de infraestrutura.
> 11 é o número de residências que serão adaptadas para portadores de necessidades especiais, sendo dez para cadeirantes e uma para anões.
> 1 escola com 14 salas está sendo construída para atender alunos das séries iniciais do ensino fundamental.
> 24 becos serão abertos para facilitar o acesso da população, sendo todas as ruas pavimentadas.
> 15 metros será a largura da faixa de preservação permanente do Rio Vila Guaíra, com calçada, pavimentação e iluminação pública.
> 2 anos é o prazo para execução do projeto PAC Parolin.
> R$ 32,8 milhões é o custo global da urbanização.
> A prestação de cada imóvel será subsidiada, de acordo com a renda dos futuros mutuários, com prazo até 20 anos.
> O projeto prevê ainda a construção de depósitos de material de reciclagem para evitar o acúmulo de lixo nos imóveis da área de reassentamento.
> Das 199 residências que estão sendo construídas: 50 têm entrega prevista até o dia 15 de março; 26 até o dia 15 de abril; 87 para o mês de junho; 36 para o mês de agosto.
A dona de casa Rosenilda Ribeiro (94 centímetros de altura), 32 anos, anda faceira pelas ruas e becos da favela do Parolin, em Curitiba. A alegria é pela casa nova que vai receber a partir de março deste ano, nos moldes de uma casinha de boneca, isto é, adaptada ao seu tamanho.
O novo lar vai resgatar a cidadania da anã, que passou metade da vida num barraco, das filhas Leandra (70 centímetros), 8 anos, e Rafaela (80 centímetros), 6 anos, além do marido Adenir (1,60 m), 37 anos. A família mora num casebre que está prestes a desabar, na beira do Rio Vila Guaíra.
A urbanização do Parolin o pacote inclui diversas obras e ações sociais é feita com recursos do governo federal e da prefeitura de Curitiba, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela prevê o reassentamento de 677 famílias, o atendimento de outras 830 com obras de infraestrutura e a abertura de 24 dos 25 becos existentes na favela, batizados com nomes de benzedeiras, traficantes e outras pessoas da comunidade.
Com efeitos sociais, ambientais e de segurança pública, o PAC Parolin promete melhorar a vida das pessoas, revitalizar as margens do rio que corta a favela e áreas degradadas e ainda dificultar as ações do crime organizado, principalmente o tráfico de drogas.
Miséria
A vida no Parolin é marcada pela miséria, sofrimento, violência e sonho de resgate social. No local, 80% das famílias sobrevivem da indústria da reciclagem, catando papel. Rosenilda, por exemplo, sofre da coluna, doença que também afeta suas filhas que podem ter o mesmo destino parar de crescer.
Por causa da baixa estatura, ela não alcança o fogão, não consegue abrir e fechar a geladeira, nem acessar os locais mais altos da residência. O jeito foi passar a usar um engradado, que virou a escada da casa. "É difícil o sobe-e-desce para tudo: pegar comida e roupa, lavar, passar e fazer as atividades domésticas", diz.
O seu barraco tem duas peças e banheiro, sem nenhuma adaptação. A casa nova será equipada com pia, tanque de lavar roupa e vaso sanitário especiais. Já as tomadas e interruptores serão colocados abaixo da linha normal. Segundo a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), um arquiteto vai avaliar bem as adaptações, porque o marido de Rosenilda tem estatura normal.
No outro lado do Parolin, a dona de casa Maria das Graças Reis, 60 anos, vai receber um sobrado para sair da beira do rio, onde criou cinco filhos. Para ela, a mudança é uma "vitória". Dona Maria mora há cerca de 30 anos na Rua Lamenha Lins. O nome é de rua famosa, central, mas o endereço remete à casa de quatro cômodos que ela divide com dois filhos e um neto, numa das margens do Rio Vila Guaíra, no coração da favela do Parolin.
Ela conta que no início foi muito difícil, mas que agora a favela está melhor, inclusive no quesito segurança. "Enfrentei muita enchente aqui. No começo, quando o meu caçula ia fazer 1 ano, a gente saiu de casa com a água no pescoço. Perdemos tudo. O trigo para fazer o bolinho ficou boiando em cima da água. Mas tudo melhorou", afirma.
Segundo Edson Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Parolin, os moradores estão mais cuidadosos e entusiasmados com as obras. "Aqui não some um tijolo, ninguém deixa levar nada."
Sobre a segurança pública, ele afirma que houve uma redução drástica no número de homicídios. "Há oito meses está caindo o número de mortes violentas, o tráfico diminuiu bastante e a polícia está entrando com mais facilidade na favela." A favela do Parolin tem cerca de 60 anos, sendo seu eixo principal a baixada da Rua Brigadeiro Franco.
Há outras obras sendo feitas com recursos do PAC em Curitiba, nos bairros Fazendinha, Uberaba (Bolsão Audi/União), Sítio Cercado, Tatuquara (Vila Terra Santa) e nas bacias dos rios Barigui e Atuba.
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