Curitiba – Embora o objetivo da CPI do Apagão Aéreo seja "investigar causas, conseqüências e responsáveis pela crise aérea" – é assim que ela é apresentada pela Câmara dos Deputados –, os parlamentares também querem incluir no relatório final sugestões para resolver o problema. Mas analisando as melhores idéias apresentadas até agora, a impressão que se tem é de que o usuário está apostando que o caos não vai terminar tão cedo, mas quer esperar seu vôo com mais comodidade. Cerca de um terço das 19 sugestões selecionadas pelo relator Marco Maia (PT-RS) trata de medidas que tornariam a espera menos cansativa.

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Em meio ao caos que voltou com força total na semana passada, os usuários pedem a instalação de guichês de informações para saber sobre a situação dos vôos; indenização nos casos de atrasos superiores a duas horas; a criação de salas especiais para a espera com direito a água, café, telefone e internet; direito à hospedagem, alimentação, transporte e atendimento médico, bem como medicamentos fornecidos aos diabéticos e cardíacos no caso de atrasos mais longos; promoção de agendas culturais nas salas de embarque; e ampliação da oferta de serviços, de comércio e de lazer nos aeroportos. (Veja a lista completa nesta página).

O deputado federal paranaense Rodrigo da Rocha Loures (PMDB), integrante da CPI, comenta que os passageiros sabem que não têm o poder de fazer a aeronave pousar no horário previsto. Por isso, segundo ele, muitas sugestões seguem o caminho de tornar a espera menos cansativa. "É preciso reduzir o grau de ansiedade do passageiro", diz.

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Origem

Rocha Loures explica que a comissão está recebendo estas sugestões de diversas fontes. O cidadão pode falar com a Ouvidoria Parlamentar ou com o gabinete dos deputados por meio do site da Câmara. Além disso, completa, algumas sugestões surgiram durante os depoimentos à CPI, em encontros com profissionais da área e usuários e outras foram dadas pelos próprios deputados.

Rocha Loures estima que a CPI do Apagão Aéreo tenha recebido, até semana passada, de 3 mil a 3,5 mil sugestões. E o material continua chegando. Por isso a lista de 19 sugestões apresentada pelo relator ainda poderá ser alterada até a elaboração do relatório final. A partir daí, explica o deputado, algumas idéias poderão ser transformadas em projetos de lei, novas regras do sistema aéreo nacional ou serão encaminhadas para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero e companhias aéreas como recomendações. As sugestões ainda têm um longo caminho a percorrer. O prazo para conclusão dos trabalhos da CPI é de 120 dias, que poderá ser prorrogado por mais 120. Como foi instalada no início de maio, a comissão vai trabalhar até, pelo menos, o fim de agosto.

Mas o término dos trabalhos da CPI não deve garantir a solução para a crise aérea. Rocha Loures diz acreditar que serão necessários de três a cinco anos "para criar um novo patamar de qualidade na prestação de serviços aéreos". De acordo com ele, as passagens mais baratas e a possibilidade de longos parcelamentos está fazendo crescer o número de passageiros e, conseqüentemente, de aeronaves. É preciso um tempo para que o sistema esteja totalmente adaptado a esta nova realidade, completa.

Serviço: Para mandar mensagens para a Ouvidoria Parlamentar ou para um deputado é preciso acessar o site www.camara.gov.br.

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