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em Curitiba

Espírito aventureiro de cadelinha ‘fura-catraca’ fala mais alto e ela procura novo lar

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A vida de Menina, a cadelinha que morava no terminal de ônibus Capão da Imbuia e passeava por Curitiba de ônibus, deu uma guinada em uma semana. Adotada, a cadela está passando por um período de experiência em uma casa, mas seu ‘espírito aventureiro’ parece estar falando mais alto e é difícil segurá-la para dentro do portão.

A vira-latas foi retirada das ruas pelo designer gráfico Rodrigo Delgado,que a encontrou sendo maltratada por um carrinheiro. “Eu trouxe ela pra casa da praça Zacarias, onde ela estava amarrada por uma corda. O carrinheiro bateu nela e ela parecia tentar fugir dele”, explicou Delgado. Aparentemente, a cachorrinha havia andado de ônibus, atividade corriqueira para ela, e acabou parando na praça, onde foi resgatada.

No entanto, Menina ainda não se acostumou com a vida de bichinho de estimação. O novo dono contou que, apesar de muito dócil e carinhosa, a cadela destruiu sua cozinha e, ao longo da semana em que passaram juntos, tentou fugir quase todos os dias. Segundo Delgado, a Menina só volta para casa se for buscada de carro.“Tentei correr atrás dela e não deu certo. Só funcionou quando eu parei o carro e abri a porta. Ela entrou por livre e espontânea vontade e ficou quietinha, observando a paisagem”, contou.

O comportamento da cadela faz lembrar suas atitudes no transporte público. Quando a protetora de animais Fabíola Brito percorreu três terminais de ônibus em uma saga para resgatá-la, presenciou inúmeras vezes Menina esperando pacientemente pela abertura das portas do ‘busão’, e até mesmo embarcando com mais prudência do que os ‘passageiros comuns’.

Questão de costume

Mesmo com as tentativas de fuga, o comportamento da cadela está dentro do esperado, como explica o médico veterinário do Garra Hospital, André Obladen. “Com certeza, num primeiro momento, a maioria dos cachorrinhos de rua que são adotados querem voltar [para a rua], fugir e ter liberdade”.

Mesmo assim, Obladen esclarece que para qualquer cachorro “o ideal é estar em um lar, pois nas ruas os animais correm muitos riscos, como o de serem atropelados.” De acordo o veterinário, para que o processo de adoção funcione, normalmente é preciso cerca de 30 dias de adaptação. Dentro desse período é possível analisar se a personalidade do pet coincide com as regras da casa e a rotina dos moradores.

Em busca de um lar

Apesar de afirmar que gostaria de ficar com a cadelinha, Rodrigo está procurando um novo lar para Menina. Ele supõe que o ideal seja um local com mais espaço, onde a cachorrinha possa correr à vontade. Ele explica que a cadela não puxa a coleira durante passeios e que se acostumou facilmente com outro cachorro que mora na casa.

Menina chegou a ser levada para uma consulta com veterinário. Na ocasião, foi confirmado que ela está com a saúde em dia, não possui pulgas nem inflamações nas orelhas. A cirurgia de castração de Menina já está marcada para este sábado (25).

Interessados em adotar a Menina podem entrar em contato com o Rodrigo Delgado pelo e-mail rdrg.dlgd@gmail.com ou pelo telefone (41) 9741-8012.

Colaborou: Cecília Tümler

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