Os frequentadores típicos dos parques são homens jovens e esportistas, como Diego Grubba| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Os ausentes

Crianças e idosos vão menos

Crianças e idosos compõem o público que menos frequenta os parques, de acordo com a pesquisa do professor de educação física Rodrigo Reis, da PUC-PR. E a explicação para a ausência dos idosos, segundo o pesquisador, é por causa da dificuldade de acesso aos locais e da sensação de insegurança. "Se eles não têm ninguém disposto a levar e moram longe, dificilmente vão sozinhos. Para os mais velhos, é difícil caminhar mais de 300 metros", diz.

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Perfil

Veja os motivos de quem mais usa esses equipamentos públicos.

- 60,9% vão ao parque próximo de casa.

- 83,6% vão em qualquer parque da cidade.

- A frequência ao parque perto de casa é de uma ou mais vezes por semana.

- As principais atividades são: caminhada, passeio com a família, corrida, encontro com os amigos, levar o cachorro para passear, futebol e andar de bicicleta.

- A estrutura dos parques é elogiada por 71,8% dos entrevistados.

- Grande parte (83,3%) diz que é seguro caminhar durante o dia no bairro, mas 78,3% afirmam que é perigoso andar à noite.

O árbitro de futebol e professor de educação-física Diego Gru­­bba, 26 anos, pega o rumo do Par­­­que Barigui pelo menos três ve­­­zes por semana. Ele mora nas proximidades e aproveita o espaço para ficar em dia com a saúde e manter o preparo físico necessário à profissão. "No verão venho por volta das 18 horas. Gosto do Barigui porque fica perto de casa e porque tem uma boa pista para correr e caminhar, sem declives", diz. Grubba é o retrato dos frequentadores dos parques curitibanos.

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Pesquisa feita pelo professor de educação física Rodrigo Reis, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mostra que os homens, normalmente de 18 a 30 anos, de classe econômica mais favorecida, são os que costumam frequentar os parques da capital. E o principal motivo é a busca por atividades físicas, principalmente a caminhada. A amostra foi feita entre março e maio de 2009. Foram ouvidos 1.461 moradores: 530 homens e 931 mulheres. "A pesquisa não foi feita no parque, mas nos domicílios dessas pessoas. A ideia era justamente ver se quem mora nas proximidades dos parques usa esse espaço público", explica o pesquisador.

E a resposta foi positiva: 60,9% das pessoas que residem a até um quilômetro do parque costumam usar esse espaço público. A frequência é alta: uma ou mais vezes na semana. Quando questionados, porém, se usavam parques mais distantes de casa, o porcentual aumentou ainda mais: 83,6% vão a qualquer um da cidade, só que a frequência diminui para um ou menos dias na semana. "A atividade primária desenvolvida nesses locais é a caminhada. Depois vem o passeio com a família. O movimento nos parques triplica nos sábados e domingos", diz Reis. As mulheres também utilizam esses equipamentos, mas num porcentual um pouco menor (58%).

O Parque Barigui é citado como o mais usado pelos entrevistados (85,2%), seguido do Parque Tanguá (74,8%) e da Praça Oswaldo Cruz (65,2%). "O Barigui é o mais visitado, independentemente da região onde as pessoas moram. Ele virou um ícone para a cidade", afirma o pesquisador.

Enquanto os homens vão mais aos parques para correr e encontrar os amigos, as mulheres vão para caminhar, se divertir com a família e para passear com o cachorro. Mas são elas que têm as maiores desculpas também para não ir ao local, principalmente quando o tempo está ruim (frio ou chuva) ou quando não há al­­guém para ir junto. Já os homens deixam de ir quando têm muita coisa para fazer. "Quem não vai por falta de tempo normalmente pertence às classes mais baixas, que realmente não dispõe de horários flexíveis para o lazer", diz Reis.

Os entrevistados afirmaram ainda que é seguro caminhar pelo bairro durante o dia (83,3%), mas ao anoitecer a insegurança aumenta significativamente: 78,3% dizem ter medo. A falta de calçadas nas ruas também pode ser um empecilho para acessar o parque: 37% dos moradores reclamaram das más condições dos calçamentos.

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