Crimes
Episódio lembra o caso Telma
A morte de Laura Joice Antunes de Paula se assemelha ao caso do assassinato da psicóloga Telma Fontoura, sobrinha do ator Ary Fontoura. Em novembro de 2011, Paulo Estevão de Lima, o Paulinho do Brejo, foi condenado pelo júri popular pela morte de Telma. De acordo com Hamilton da Silva Mendes Filho, perito do Instituto Médico Legal de Paranaguá, que acompanhou ambos os casos, existe coincidência com relação ao local em que os corpos das duas mulheres foram encontrados, mas é cedo para afirmar relações entre os crimes. O perito disse ainda que encontrou no local pistas que podem ajudar na investigação. "No entorno de onde o corpo foi encontrada uma luva de uso doméstico e marcas de bicicleta na areia", disse Mendes Filho.
De acordo com Cezar Giovani Ferreira da Silva, advogado de Paulinho, uma das testemunhas do julgamento do caso Tema disse no tribunal que viu um homem de bicicleta com atitudes suspeitas nas proximidades de onde o corpo de Telma foi encontrado e que há outras coincidências do caso. "Os crimes aconteceram a cerca de mil metros de distância, ambas as mulheres foram sufocadas, sofreram perfurações de arma branca e foram encontradas com marcas no corpo que indicam que resistiram a um abuso sexual não efetivado", completa.
"Esse novo homicídio em Atami reforça a tese da defesa de que Paulinho não é o assassino de Telma: um inocente está na cadeia. Ele ganha o benefício da dúvida", diz Murilo Buchman, professor universitário e também advogado de defesa de Paulinho. Esta versão é contestada pelo advogado de acusação Luís Antonio Barbosa Júnior. "Todas as provas do processo de Telma levaram ao acusado. Se há semelhança nos casos, é coincidência", diz.
Oswaldo Eustáquio, correspondente
O corpo de Laura Joice Antunes de Paula, de 23 anos, desaparecida desde segunda-feira, foi encontrado por volta das 16h30 de ontem no Balneário Atami Sul, em Pontal do Paraná, Litoral do estado. O corpo da jovem estava de bruços com várias marcas de perfurações na região dos braços, pescoço e na cabeça.
De acordo com o perito do Instituto de Criminalística de Paranaguá, Hamilton da Silva Mendes Filho, a vítima tinha sinais que levam a crer em morte por estrangulamento. Ainda de acordo com o perito, mesmo com o corpo bastante machucado, o que evidencia tentativa de abuso, não há sinais de que tivesse havido estupro. "Detectamos que a morte ocorreu a pelo menos 48 horas e aparentemente não há lesões sexuais", afirma Mendes Filho.
Segundo o delegado da Polícia Civil de Ipanema, Arthur Luiz Zanon, a vítima tinha várias marcas no corpo, o que evidencia que tenha lutado com o agressor. "Observamos várias marcas nos braços e nas pernas e encontramos sangue nas unhas", disse o delegado.
O corpo foi encontrado pelo 3.º Sargento Osmail, da Rotam do 9.º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Paranaguá em uma vegetação de restinga. De acordo com o sargento, o cadáver estava a cerca de 600 metros do balneário de Barrancos, local onde foi encontrada a bicicleta da jovem pelo seu pai na madrugada de terça-feira.
Marido
A operação policial chamou a atenção de muitos curiosos. Cerca de 60 pessoas que moram na região observavam o trabalho das equipes dos bombeiros e policiais militares da Rotam, do Choque e do Canil que faziam as buscas. Eles tiveram apoio de um helicóptero. A área onde estava o corpo ficou isolada pela polícia para não atrapalhar o trabalho de perícia.
O marido da vítima, o sargento da PM Valtencir Antunes, participava das buscas e foi chamado para fazer o reconhecimento. Após ver o corpo da esposa, o policial ficou muito chocado e precisou ser amparado por dois colegas policiais. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Paranaguá para necropsia. O resultado deve sair em 20 dias.
Desaparecimento
Laura foi vista pela última vez com um macacão de praia florido entre os balneários de Barrancos e Atami. Ela saiu para dar uma volta de bicicleta e não foi mais vista. Às 23 horas de segunda-feira, pescadores e familiares encontraram a bicicleta dela na beira da praia.
O caso estava sendo investigado pela Polícia Civil desde terça-feira e de acordo com informações da Delegacia de Pontal do Paraná, a equipe do delegado Zanon saiu em diligência naquela noite para buscar mais informações.
De acordo com João César de Paula, pai de Laura, a filha disse que sairia para dar uma volta rápida e voltaria para assistir à novela que começaria às 14 horas. Familiares e vizinhos começaram as buscas pela jovem no fim da tarde da última segunda-feira, mas sem sucesso.
"Procuramos por toda a praia, fomos para outros balneários, entramos no mangue e não encontramos a minha filha", lamentou o pai. Laura morava com os pais e com a filha, que completa três anos, em Pontal do Paraná. O marido passava somente os fins de semana com a família.
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