Porto Alegre - Muito procurados por turistas estrangeiros nesta época do ano, os estados do Sul lidam de maneiras diferentes com motoristas de fora do país que cometem irregularidades no trânsito.
Enquanto o Rio Grande do Sul apertou o cerco àqueles que deixam o Brasil sem pagar suas multas, o governo de Santa Catarina não autua veículos com placas de outros países.
Durante o verão, milhares de turistas argentinos costumam atravessar a fronteira, de carro, em direção a praias como Balneário Camboriú e Canasvieiras (SC).
Só no Rio Grande do Sul, foram aplicadas 185 mil multas nos últimos cinco anos a carros emplacados fora.
Segundo o diretor técnico do Detran-RS, Ildo Szinvelski, o estado aplica o princípio da "reciprocidade". "Lá [no exterior], se os brasileiros são autuados, são cobrados."
Em Santa Catarina, os motoristas estrangeiros não são autuados nas cidades nem nas estradas estaduais, de acordo com o Detran do Estado, porque não há como cadastrar placas estrangeiras no sistema informatizado.
Segundo o governo catarinense, um sistema que aceite essas placas deve ficar pronto até o próximo verão.
A Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina afirma que, nas rodovias federais do Estado, a autuação ocorre normalmente.
Pagamento
No Rio Grande do Sul, o volume de multas a estrangeiros que não foram pagas nos últimos anos soma R$ 22,8 milhões o equivalente a 94% das autuações feitas.
Até 2009, uma liminar impedia que as autoridades de trânsito apreendessem os veículos dos inadimplentes.
Para facilitar o pagamento, foram providenciadas máquinas de cartão de crédito internacional em cinco postos em rodovias federais que cortam o estado.
Nos fins de semana e à noite, o estrangeiro pode pagar as multas até em algumas farmácias e supermercados. A irregularidade mais cometida pelos visitantes do exterior no Rio Grande do Sul é o excesso de velocidade.