Londrina A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina confirmou ontem a morte por dengue hemorrágica da pecuarista Maria Isabel Gil dos Reis, 58 anos. Ela morreu na madrugada da última segunda-feira, após ser internada no Hospital Mater Dei. As informações iniciais da secretaria dão conta de que esse seria um caso importado da doença. "Estamos fazendo um trabalho de investigação para saber em qual cidade ela contraiu dengue", disse a diretora de Saúde da Secretaria, Simone Garani Narciso. No Paraná, essa é a primeira morte do ano relacionada à dengue.
Segundo o filho de Maria Isabel, Evandro Gil dos Reis Filho, ela esteve em Paranavaí entre os dias 7 e 11 de março. No dia 11, a pecuarista viajou para Maringá, onde permaneceu até a última sexta-feira. Nesse dia, ela veio de mudança para Londrina, já recebendo o tratamento para dengue prescrito pelo médico que a atendeu na Santa Casa de Maringá. "O primeiro sintoma apareceu na terça-feira (dia 13). O médico diagnosticou a doença, ministrou soro e receitou o medicamento para dengue", contou Evandro Filho. "O quadro foi normal até o quarto dia, quando a doença evoluiu e apareceram os sinais de dengue hemorrágica."
Já em Londrina, com fortes dores abdominais e vômito, Maria Isabel foi internada, a doença evoluiu para um quadro mais grave e ela faleceu nas primeiras horas da última segunda-feira.
Segundo informações preliminares, a Secretaria Municipal de Saúde de Maringá não havia sido notificada do caso de Maria Isabel pela Santa Casa daquela cidade, o que é obrigatório. "A 17.ª Regional de Saúde está em contato com as regionais de Maringá e Paranavaí, que devem tomar as medidas adequadas", disse Simone Narciso. A reportagem não localizou a chefe da 17.ª Regional de Saúde, Wania Gutierrez.
Gravidade
Simone Narciso salientou a importância da conscientização da população sobre a gravidade da doença, mas afirmou que a confirmação de um caso de morte por dengue hemorrágica não significa aumento das chances de ocorrência desse tipo mais grave da dengue no município. "A secretaria já vinha tomando as medidas para evitar a dengue. A febre hemorrágica depende de uma resposta imunológica do indivíduo que adquiriu a doença."
"A tendência natural desde 2003 (ano em que a epidemia de dengue atingiu níveis alarmantes em Londrina) é ter mais casos graves. Mas em termos de controle do vetor, estamos fazendo tudo o que é possível. Não há nenhuma medida adicional em relação ao vírus e à forma de transmissão (tanto da dengue clássica quanto da hemorrágica)", declarou a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Sônia Fernandes. Ela ressaltou ainda que é errônea a idéia de que a dengue hemorrágica só ocorre em pacientes que já contraíram dengue anteriormente. "A dengue pode ser hemorrágica no primeiro contágio", esclarece.