Víctor Labbate recebeu os primeiros-socorros ainda na lancha onde ficou nos últimos três dias: quadro de saúde dele é grave| Foto: Divulgação Capitania dos Portos e Arquivo pessoal

O estado de saúde do empresário paulista Victor Labbate, de 32 anos, que ficou quase 70 horas à deriva entre a costa catarinense e paranaense, é grave. De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que responde pelo Hospital Regional de Paranaguá, o homem continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), inconsciente e respira com a ajuda de aparelhos. Ele corre risco de morte.

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A embarcação que o empresário conduzia, Valentine 2, percorreu cerca de 300 quilômetros em três dias, até ser achado por um barco de pesca catarinense em alto-mar. Labbate zarpou sozinho no domingo (12), de Biguaçu, em Santa Catarina. Ele foi encontrado inconsciente, com sintomas de hipotermia, desidratação e dificuldades respiratórias, segundo o médico Marcelo Henrique Carmezin Gotchild, da Capitania dos Portos de Paranaguá. Gotchild fez o primeiro atendimento ao empresário ainda na lancha.

Ainda não se sabe por qual motivo o barco ficou à deriva. A lancha foi rebocada pela embarcação de pesca Ferreira 21 para Itajaí (SC). A Capitania dos Portos informou que abrirá um Inquérito Administrativo de Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as causas do acidente. O resultado deve sair em 30 dias.

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Skipper experiente

De acordo com um amigo de Labbate, Erick Zelazowski, 36 anos, o empresário havia saído da marina de Biguaçu informando que iria para a praia de Jurerê, a 20 minutos de travessia pela baía norte, entre a ilha de Florianópolis e o continente, mas não chegou ao destino. As buscas pelo empresário começaram na manhã de segunda-feira. O tempo ruim impediu a visibilidade e os ventos dificultaram nos trabalhos de busca. O corpo de bombeiros estimava que o barco poderia ter sido levado até a região do porto de Itajaí (SC).

Labbate é de Campinas (SP) e se mudou para Biguaçu há dois anos, de acordo com o amigo Zelazowski. Ele trabalha com locação de lanchas e já foi skipper (comandante) de embarcações em Ibiza, na Espanha. Segundo os bombeiros catarinenses, o empresário é considerado um condutor experiente de barcos, é habilitado para navegar em águas profundas, em mar aberto e tem curso de combate a incêndio a bordo.