Em nota à imprensa na tarde deste domingo (17), a Secretaria estadual de Saúde do Rio afirma que a vaga no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) para a paciente Magda Lúcia dos Santos, de 61 anos, só foi pedida pelo município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando a paciente já estava com morte encefálica. A prefeitura da cidade, no entanto, nega.Magda morreu na madrugada deste domingo depois de ser internada no posto de saúde da Vila São João, em São João de Meriti, com um acidente vascular cerebral (AVC), no último dia 11. Segundo a família, houve demora no pedido de transferência da paciente. Já de acordo com a prefeitura, não foram encontradas vagas nos 40 hospitais em que foram procuradas.

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Leia a nota do estado na íntegra

"A subsecretária de Atenção à Saúde, Hellen Miyamoto, esclarece que no dia 11 de outubro a Central de Regulação do Estado tomou conhecimento informalmente sobre o caso da paciente, que naquele dia apresentava quadro de AVE hemorrágico extenso e Glasgow 8 (escala que mede o nível de consciência de 3 a 15).

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A Central orientou a Secretaria de Saúde do município de São João do Meriti que tratava-se de caso de vaga zero, ou seja, risco imediato de vida, cabendo ao município levar a paciente urgentemente para uma unidade de emergência com neurocirurgia, dentro da referência da região Metropolitana. Neste caso, seriam os hospitais da Posse, em Nova Iguaçu e Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.

Hellen ressalta que esse procedimento faz parte dos protocolos de urgência e emergência do Ministério da Saúde e é de conhecimento de todo gestor de saúde pública. Para este caso não se aplicaria, portanto, a solicitação de vaga de CTI à Central devido ao risco de vida imediato.

No entanto, apesar da orientação e sem outras atualizações sobre o caso, às 16h30 do dia 14/10, a Central de Regulação recebeu um protocolo da SMS de São João do Meriti solicitando oficialmente uma vaga de CTI para a paciente, que neste momento já apresentava quadro de morte encefálica, com Glasgow 3. Neste momento, infelizmente, o único procedimento cabível seria a notificação por parte do município à Central de Transplantes para que se iniciasse os protocolos normais de confirmação de diagnóstico. "

O que diz a prefeitura

Segundo a prefeitura de São João de Meriti, no dia 13, às 11h, a unidade solicitou uma vaga de CTI para a Central de Regulação de Vagas do Rio. O município rebate ainda a informação de morte encefálica e afirma que a paciente só entrou em coma no dia 15.

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De acordo com o órgão, mesmo sem ter sido notificado oficialmente, foi determinado "em caráter humanitário" que a administração do posto entrasse em contato imediato com a rede particular para providenciar a transferência.

"A procura se deu em 40 hospitais e clínicas particulares, onde nenhuma vaga foi encontrada. A Central de Regulação continuou procurando em 15 unidades da rede pública de saúde e também não encontrou vaga disponível", diz o documento.

De acordo com a prefeitura, a causa da morte de Magda foi AVE isquêmica, insuficiência renal crônica e hipertensão arterial sistêmica.

Justiça determinou transferência imediataNa última sexta-feira (16), a família procurou a Defensoria Pública e conseguiu, com o juiz de plantão André Bruzzi Ribeiro, a tutela antecipada de obrigação, que determinava a transferência imediata de Magda, fosse para um hospital da rede pública ou privada, que seria custeada pelo estado e município.

De acordo com a família, no entanto, só no fim da tarde de sábado (16), quando o genro de Magda foi à delegacia pedir ajuda à polícia para que a determinação judicial fosse cumprida, funcionários começaram a busca por vagas.

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"A gente quer Justiça. Vamos chorar depois", resumiu o genro de Magda, Paulo Henrique da Silva, que reclama ainda que quem levantou a necessidade do CTI para a sogra fora o médico da unidade em que ela foi levada para fazer hemodiálise. "Eles a mandaram fazer a diálise sem nenhum prontuário ou laudo. Quando chegou lá o médico disse que ela estava em coma", completou.