Curitiba O poder público precisa trabalhar com inteligência e rapidez para evitar, pelo menos a curto prazo, novas ações de organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa é a visão de especialistas em segurança pública ouvidos pela Gazeta do Povo.
Para eles, o PCC já mostrou que conta com uma surpreendente capacidade mobilizacional, capaz de reverter ações tomadas pelo governo. "Foi o que aconteceu em São Paulo. A secretaria de segurança tinha algumas informações e até fez bem em isolar em presídios de maior segurança diversos líderes da organização para evitar tentativas de resgate. O ataque aos policias acabou sendo uma represália. Para isso, o governo não estava preparado", explica Dênis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz que trabalha com projetos de cultura da paz em comunidades carentes em todo Brasil.
"A curto prazo é fundamental que se impeça a comunicações entre os líderes do PCC presos e quem está fora", diz Maria Esperia Costa Moura, promotora pública no Paraná e coordenadora do Centro de Apoio Criminal e de Execução Penal do Paraná.
O ex-chefe de polícia de Nova Iorque, John Picciano Junior, defende a implementação de mecanismos para evitar que os presos usem telefones celulares dentro dos presídios. Ele comenta que nas prisões norte-americanas todos os bens dos presos são confiscados na chegada e ele assina um termo de Responsabilidade. Quando ele é pego com algum objeto que não estava listado no termo, recebe uma advertência e pode até ser transferido.
"Temos é um ato de terrorismo contra a população brasileira. Não estou sendo dramático e sim realista", diz.
Picciano, que atualmente mora em Maringá, trabalhou na polícia norte-americana entre 1984 a 2001 e atuou na Operação Tolerância Zero implantada pelo ex-prefeito Rudolph Giuliani.
O ex-delegado de Polícia e deputado estadual Bradock (PMDB) prefere não apontar uma relação de comunicação direta, via aparelhos eletrônicos, entre o grupo paulista e as rebeliões paranaenses.
Mas, de acordo, com ele, a simples informação do que estaria ocorrendo em São Paulo pode ter "entusiasmado" os presos no Paraná.
"É preciso aumentar a fiscalização nos presídios. Monitorar as visitas com mais rigor e impedir o acesso de jornais e televisão a certas unidades."
Além de quebrar a rede de comunicação clandestina montada pela organizações criminosas é fundamental que se restabeleça a ordem. "Quando mais medo, mais pontos para os criminosos. A intenção deles é essas. Hoje (ontem) em São Paulo havia muito boato que deixa a situação ainda pior do que está."
Em um segundo momento, porém, o entendimento é de que se iniciem mudanças no sistema prisional brasileiro e se aumente o investimento em segurança pública..
"Precisamos separar o menino que foi pego com uma pequena quantidade de droga do traficante que manda matar de dentro da cadeia", explica Costa Moura.
"Precisamos que o governo federal realmente faça sua parte. Invista em presídios, controle a entrada de armas pela fronteira. Essa história de ajudar com forças especiais me parece uma piada", finaliza Mizne.
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