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Oito estados, entre eles Mato Grosso, Espírito Santo e Pernambuco, estão negociando a transferência de pelo menos cem presos de alta periculosidade para a Penitenciária Federal de Catanduvas, localizada a 60 quilômetros de Cascavel, na região Oeste do estado. A informação é do diretor do Departamento Penitenciário (Depen) Nacional, Maurício Kuehne. Ele informou ainda que, até o momento, não há pedido formal do estado de São Paulo para transferir outros 40 presos para a unidade, entre eles os principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), como Marcos Camacho, o Marcola, que estariam orquestrando de dentro de presídios paulistas execuções de policiais, agentes penitenciários e outras autoridades para tentar evitar as transferências. A Justiça Federal de Curitiba, que vai analisar as solicitações, informou que está aguardando os pedidos.

Para um preso ser colocado no sistema penitenciário federal há um caminho a se percorrer. Além da consulta ao Depen nacional, os estados precisam solicitar autorização da Justiça Estadual e ter anuência da Justiça Federal de Curitiba. Em situações emergenciais, é possível fazer transferência relâmpago, por exemplo, em rebeliões, mas a permanência dependerá de autorização da Justiça Federal. O sistema penitenciário federal terá cinco unidades de segurança máxima, das quais só Catanduvas já foi inaugurada.

Segundo Maurício Kuehne, as primeiras transferências devem ser autorizadas ainda nesta semana e devem começar a ocorrer a partir da semana que vem. "A penitenciária está com a porta aberta para receber seus primeiros hóspedes", afirmou. Ele também disse que enquanto elas não ocorrerem – e os presos não estiverem trancafiados – nenhuma informação será divulgada. "Por causa da situação atual só posso divulgar que oito estados nos consultaram e que eles pretendem mandar mais de cem presos para lá", informou Kuehne.

Já a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo confirmou o interesse do estado em colocar alguns presos em Catanduvas, mas não revelou números e nomes, mesmo com as últimas rebeliões e a volta dos atentados promovidos pelo PCC contra policiais e órgãos públicos e as execuções de agentes penitenciários ocorridas nos últimos dias. "O secretário Antônio Ferreira Pinto conversou sobre isso com o ministro Márcio Thomaz Bastos durante a inauguração do presídio, mas não vamos revelar números e nomes", informou a assessoria de imprensa.

Tecnologia

A Penitenciária de Catanduvas, teoricamente à prova de fugas e rebeliões, foi inaugurada no último dia 23. Ela tem capacidade para abrigar 208 presos e tecnologia de última geração para monitorar os detentos, como se fosse uma espécie de "Big Brother". Eles vão ficar em celas individuais – em média 22 horas por dia dentro do cubículo – saindo apenas para o banho de sol. Os mais perigosos serão colocados na ala de isolamento e não terão contato com os colegas. Nesse caso, cada cela tem solário.

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