Os dados estatísticos de levantamento de acidentes do Batalhão de Polícia de Trânsito não seguem um padrão. "Nós fazemos a partir da necessidade do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR)", explica o oficial de comunicação do Bptran, 2.º-tentente Alexandre Lamour Viana. As contagens têm padrões diferenciados. Às vezes são feitas por vias, outras por cruzamentos ou ainda pelos dois critérios. Estatísticas parciais, mês a mês, podem ser consultadas em alguns anos, mas não em todos, o que dificulta a análise das séries históricas.
O desencontro de informações também ocorre na Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran). O órgão não possui estatísticas próprias sobre acidentes nas vias públicas, já que é o Bptran o responsável pelos boletins de ocorrência. Antigamente, a Diretran (órgão municipal) recebia sistematicamente os dados do Bptran (órgão estadual) para planejar políticas públicas, como as antigas placas que eram colocadas em pontos da cidade que figuravam no ranking dos campeões de acidentes. Hoje em dia, os dados não têm sido repassados rotineiramente. Os órgãos admitem que o intercâmbio de informações pode ser reestebelecido.
As estatísticas pouco apuradas são um problema na hora de construir uma política pública de gestão contra acidentes de trânsito, segundo o professor do Curso de Educação e Gestão de Trânsito e Transporte da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Paulo Fernando Silva Moraes.
Segundo ele, além da sistematização dos dados, seria necessário que a aferição do número de acidentes fosse feita em relação ao fluxo do local. De acordo com a comunicação social do Bptran, no entanto, o órgão não possui mecanismos para levantar o movimento de veículos desses pontos.
A avaliação também não deveria ser feita sobre números absolutos. "Tem de avaliar um por um os boletins de ocorrência para achar um padrão e a possível causa dos acidentes", explica. De acordo com o Bptran, equipes são enviadas a locais que registram altos índices de acidente para tentar verificar as possíveis causas. Segundo Moraes, a partir disso a gestão pública deveria verificar a necessidade de mudança na engenharia de tráfego do local ou de melhoria na fiscalização.
Para Moraes, falta mais atenção ao assunto. "Em Curitiba, a preocupação maior é com a fluidez, mas deveria ser com segurança", critica.
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