O DER informou que a reconstrução da passagem de veículos pode durar mais de trinta dias na Estrada da Graciosa após o deslizamento que interditou a via| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Cratera pode aumentar

O geólogo da Mineropar, Edir Arióli, disse que existe risco da cratera aberta na Estrada da Graciosa se alastrar porque o solo ainda está muito úmido. "O mesmo material que desmoronou está no local. É um trecho rico em material argiloso e a erosão ocasionou em um grande deslizamento de terra", disse.

De acordo com a PRE, cerca de 40 metros da pista cederam devido ao excesso de chuvas. O material acabou deslizando e caindo sobre o quilômetro 12, logo na descida da Serra do Mar.

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O DER informou que a reconstrução da passagem de veículos pode durar mais de trinta dias na Estrada da Graciosa após o deslizamento que interditou a via
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A Estrada da Graciosa deverá ficar interditada para o trânsito de pessoas e cargas por, no mínimo, seis meses depois de um deslizamento de terra no quilômetro 10,8, na região de Morretes, e que abriu uma cratera na pista na quinta-feira (13). A estimativa foi dada pela equipe de engenharia do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e geólogos da Mineropar na tarde desta sexta-feira (14) após uma vistoria no período da manhã. O prazo leva em conta a melhor das hipóteses, com a Defesa Civil fazendo o pedido para ser decretada situação de emergência. Isso faria com que pudesse ser dispensado o processo de licitação para a obra de reconstrução. Caso isso não aconteça, a rodovia deve ficar interditada por até um ano.

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De acordo com informações do DER, três fatores dificultam a reconstrução da estrada da Graciosa: topografia, porque a região é bastante acidentada e há dificuldade para a entrada das máquinas; questão ambiental, é necessário licenças para a realização dos trabalhos; questão histórica, é importante fazer um trabalho preservando as características do local. Por isso os engenheiros do DER estão ainda avaliando se farão um trabalho de reconstrução da estrada com as pedras históricas ou se farão uma ponte. Essa decisão será tomada na próxima semana. Ainda de acordo com o DER existem dois pontos críticos na estrada. Um no quilômetro 10 e outro no quilômetro 12, onde houve queda de barreira.

O maquinário para limpeza do barro e para o início da recomposição da estrada está próximo ao local do deslizamento. Mas o trabalho ainda não iniciou porque precisa de um laudo técnico para ver até que ponto o solo foi impactado e o serviço não vai oferecer risco aos trabalhadores e ao meio ambiente.

Com o bloqueio total da Graciosa, moradores de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba - que são os principais usuários da estrada - vão ter que subir ou descer a serra pela BR-277 e vão ter que pagar pedágio.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), cerca de 40 metros da pista cederam devido ao excesso de chuvas. O material acabou deslizando e caindo sobre o quilômetro 12, logo na descida da serra. A interdição, conforme a PRE, segue por tempo indeterminado. Ninguém ficou ferido.

Comerciantes da Graciosa podem ficar sem renda

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Além do dano ao patrimônio histórico e ao meio ambiente, o deslizamento na estrada deverá comprometer a renda de dezenas de comerciantes que trabalham no entorno do caminho. Entre a BR-166 e a cidade de Morretes são mais de 60 pequenos comerciantes, de acordo com informações do presidente da Associação Comercial da Graciosa, Gilton Dias. "Aqui temos lanchonetes que vendem pastel, milho verde, caldo de cana. Além dos comerciantes, tem também os empregos que geramos para as mais de 200 famílias que vivem na região e estamos muito preocupados porque da noite para o dia ficamos alguns comerciantes ficaram totalmente sem renda e temos que dispensar provisoriamente nossos colaboradores", disse.

O prefeito de Morretes, Helder Teófilo dos Santos, disse que o maior impacto será sentido pelos moradores da Estrada da Graciosa porque eles estão com o acesso interditado. "Naquele trecho onde houve o deslizamento não há muitos moradores , mas os moradores que tem suas casas acima do trecho onde houve o deslizamento estão impedidos de descer pela via e tem como outra opção o deslocamento pela BR-277, já os moradores que estão abaixo do trecho conseguem se deslocar pela Estrada da Graciosa", explica o prefeito. Teófilo destaca ainda que este deslizamento requer atendimento especial dos órgão competentes para restabelecer a circulação de pessoas e cargas o quanto antes.

Os comerciantes da região acreditam em uma corrente de solidariedade para não ficarem desassistidos. Mesmo com o bloqueio da estrada, os turistas podem continuar tendo momentos de lazer em uma das regiões mais belas da Serra do Mar indo pela BR-116 até o Recanto Bela Vista (sentido Litoral). E quem descer a serra pela BR-277, pode saborear o barreado de Morretes e comprar o artesanato local no bairro São João da Graciosa e ainda subir pela estrada até o Recanto Ferradura (sentido Curitiba). O trecho afetado é do km 9 ao 12. O restante da estrada foi vistoriada pelo DER e está liberada.

Histórico

A Estrada da Graciosa é uma via histórica que começou a ser construída em 1854, ano da emancipação da província do Paraná. Ela liga os municípios de Quatro Barras a Morretes e tem uma extensão de 28,5 quilômetros, de acordo com o DER.

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A via passa por uma região em que a Mata Atlântica mantem-se preservada e foi até a primeira metade do século 20 a única estrada pavimentada do estado.

Por esse motivo, a via foi de grande importância para a economia regional, já que por ela eram transportados os carregamentos de produtos como erva-mate, madeira e café até o Porto de Paranaguá.

Hoje a estrada é uma via de acesso ao litoral que proporciona aos viajantes espaços de lazer e ruínas históricas.

Graciosa interditada