"Proposta é um crime", diz ambientalista
Na avaliação da ambientalista Teresa Urban, a proposta dos deputados é crime, porque prevê a abertura de uma estrada em uma área onde a floresta está há mais de dez anos em recomposição. O Caminho do Colono, segundo Teresa, é considerado o coração do parque, por ser destinado exclusivamente à proteção da biodiversidade.
A ambientalista também tece duras críticas à inserção do artigo que estabelece o conceito de estrada-parque. A lei que criou o Sistema de Unidades de Conservação foi discutida durante anos pelos maiores especialistas do país. "O conceito que eles propõem como estrada-parque é extremamente vulnerável e superficial", diz. Ela explica que muitos cientistas consideram a estrada-parque como uma área de uso sustentável que não é compatível com uma região de proteção integral, como o Parque do Iguaçu. Uma estrada-parque seria um lugar de lazer e educação ambiental, incompatível com a circulação de veículos.
A polêmica sobre a Estrada do Colono, via de 17,6 quilômetros que cortava o Parque Nacional do Iguaçu ligando o Oeste do Paraná ao Sudoeste, voltou à cena após o projeto de lei federal que prevê a criação de uma estrada-parque no trajeto receber parecer favorável do relator, o deputado paranaense Nelson Padovani (PSC). A proposta conta com apoio dos moradores da região, mas é considerada um retrocesso por ambientalistas porque ameaça o título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido ao parque pela Unesco em 1986.
De autoria do deputado federal Assis do Couto (PT), o projeto tramita na Câmara desde 2010 e aguardava um parecer do relator, emitido neste mês. No próximo dia 13, segundo Assis do Couto, a proposta deve ser submetida à Comissão Especial que analisa o tema. Caso seja aprovada, começará a tramitar em comissões do Senado. No entanto, pode ser levada à votação em plenário se 10% dos deputados fizerem a solicitação.
Embora tenha recebido parecer favorável, o projeto precisou passar por algumas modificações. A principal foi feita para adequar o texto à Lei 9.985/2.000, que não prevê a figura das estradas-parque nas unidades de conservação. Com a mudança, foi sugerida a criação de um artigo na lei para inserir a categoria estrada-parque, que passará a valer para todas as unidades.
Segundo o deputado Assis do Couto, a proposta não passa pela abertura da velha Estrada do Colono, mas cria uma estrada-parque com um conceito moderno e ecológico. "Não se quer uma estrada como a de antigamente. Temos a expectativa de que os ambientalistas mais clássicos também tenham evoluído nesses últimos 20 anos", afirma. Conforme o projeto, a estrada teria redutores de velocidade e não seria aberta à circulação de caminhões.
Fechada há 12 anos pela Polícia Federal, após um vai e vem de batalhas judiciais, a Estrada do Colono está praticamente invisível em meio à mata do Parque do Iguaçu.
Moradores
Apesar de já estar coberta pela vegetação, a estrada permanece viva na memória dos moradores, inconformados com a interrupção do trajeto que ligava os municípios de Serranópolis do Iguaçu (Oeste) a Capanema (Sudoeste).
Em uma página aberta numa rede social, intitulada "Reabertura Já", moradores alegam que a estrada "é peça fundamental para o desenvolvimento de várias cidades."
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