Estradas estão melhores. Mas só um pouco

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Ponta Grossa - A Pesquisa Rodoviária 2009, divulgada ontem pela Confe­deração Nacional do Transporte (CNT), mostrou o que muitos motoristas já desconfiavam: 69% das rodovias brasileiras estão em mau estado. No Paraná, as estradas em condições péssimas, ruins ou regulares chegam a 50,8%. A última pesquisa foi feita em 2007. De lá para cá, houve uma discreta melhora. Enquanto no Brasil 73,9% das rodovias estavam em más condições, no Paraná 52% eram insatisfatórias. O levantamento demonstrou ainda que o motorista que quer trafegar numa boa rodovia precisa pagar pedágio. As 10 melhores ligações rodoviárias do país são administradas por concessionárias.

Dos 212 mil quilômetros de rodovias pavimentadas no país, 89,5 mil quilômetros de maior fluxo rodoviário foram pesquisados pela CNT. A coleta de dados foi feita nos meses de junho e julho deste ano por 15 equipes espalhadas por todo o Brasil. Os pesquisadores analisaram basicamente o pavimento (condições do asfalto e do acostamento), a sinalização (placas e faixas) e a geometria (perfil da pista) das rodovias para dar as notas que variaram entre ótimo e péssimo.

Assim como na pesquisa anterior, o Paraná não figura nem entre as 10 melhores ligações nem entre as 10 piores. O melhor trecho para se andar no país é entre São Paulo e Taubaté (SP) pela SP-070, que é administrado pela concessionária Eco­pistas; a pior ligação é entre Leopoldina (MG) e a BR-262, também em Minas Gerais, administrada pelo poder público.

O melhor trecho no Paraná liga Curitiba a São Paulo pela BR-116, que recentemente passou a ser administrado pela concessionária Autopista. O trecho ocupa a 21.ª posição entre as 109 principais ligações estudadas pela CNT. A pior colocação do Paraná no ranking é representada pela ligação de Barracão a Cascavel, na Região Oeste, que compreende as rodovias BR-163, PR-163, PR-182 e PR-582. A ligação é considerada regular e está sob a administração pública, ocupando a 97.ª posição no ranking nacional.

Nem tanto

Para os governos federal e paranaense, a pesquisa demonstra que a situação não está assim tão ruim. O Ministério dos Trans­portes divulgou uma nota citando que os resultados da pesquisa "são muito positivos". De acordo com o ministério, o conceito "regular", no qual estão 45% das rodovias nacionais e 35,9% das paranaenses, não pode ser apontado como atributo negativo. "Sendo assim, a leitura atenta dos indicadores da Pesquisa Rodoviária comprova uma melhora muito significativa das condições de tráfego das rodovias brasileiras sob responsabilidade federal", complementa a nota.

Segundo nota do Depar­ta­mento de Estradas de Rodagem (DER), a pesquisa foca os grandes corredores rodoviários e, no Paraná, esses trechos estão sob a gestão de concessionárias. Nos trechos públicos, estão ocorrendo investimentos. O governo estadual está aplicando, conforme divulga a nota, R$ 200 mi­­lhões neste ano e pretende investir R$ 250 milhões em 2010.

A pesquisa da CNT sugere que o poder público invista R$ 32 bilhões para recuperação das estradas em más condições e mais R$ 3,25 bilhões na conservação dos pavimentos.