As cinco rotas alternativas ao pedágio propostas pelo programa estradas da liberdade podem retirar até 47% do fluxo diário de veículos das rodovias pedagiadas no Paraná. Isso representa, em média, 83,1 mil dos 176 mil veículos que trafegam diariamente em toda a malha viária do Anel da Integração. A idéia, lançada nesta semana, é criar cinco desvios para 16 dos 27 postos de cobrança existentes no Paraná.
Entretanto, nem todos os motoristas devem optar pelos caminhos alternativos. Um dos motivos é o aumento na quilometragem nas viagens entre as principais cidades, o que acarreta maior consumo de combustível. Quatro dos cinco eixos que compõem as Estradas da Liberdade possuem uma distância maior no trajeto em comparação à rodovia pedagiada.
A variação aproximada fica entre dois e 33 quilômetros, dependendo do trecho. Não é possível medir a diferença exata porque as distâncias apresentadas pelas concessionárias e pelo governo do estado são divergentes (veja tabela). Em dois eixos a diferença é discreta, mas nas distâncias entre os demais destinos a disparidade varia de seis a 54 km. A única certeza é de que o trecho alternativo entre Campo Mourão e Ponta Grossa será o único mais curto em comparação com o trecho pedagiado.
A assessoria de imprensa da regional Paraná da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou que as distâncias divulgadas foram calculadas com base no Guia Quatro Rodas, em sua edição mais recente. Já no Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER), as distâncias são calculadas por GPS e, segundo a assessoria de imprensa, pode haver uma pequena variação devido à inclusão de perímetros urbanos nos cálculos.
Prós e contras
Enquanto governo e concessionárias não se acertam nos números, a Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná (Fetranspar) solicitou um estudo das distâncias à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). De acordo com o diretor executivo da Fetranspar, Sérgio Malucelli, é necessário saber o que compensa para as empresas. "É louvável oferecer novas rotas para movimentar a mercadoria paranaense, mas será que estas estradas [da Liberdade] terão todos os serviços que as pedagiadas oferecem?", indaga.
Malucelli acredita que os desvios devem ser utilizados pelo transporte de produtos de menor valor agregado, como grãos. "Em alguns trechos a quilometragem cresce muito, o que aumentaria o gasto de combustível, o fator que mais incide no custo operacional do frete", diz.
Já o presidente da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomomos (Fenacam), Diumar Bueno, diz que a implantação das rotas de desvios deveria ter sido mais discutida com a sociedade. "Acho que o governo está assumindo um risco muito grande. Não sabemos ainda se vale a pena fazer estes investimentos", questiona. O governo do estado anunciou nesta semana que vai gastar R$ 200 milhões até 2010 para a recuperação e colocação em operação dos cinco eixos das Estradas da Liberdade.
Ainda de acordo com Bueno, outras soluções poderiam ser adotadas desde que o diálogo entre governo e concessionárias fosse restabelecido. "Se fosse implantado um controle eletrônico por quilômetro rodado poderia ser estudada a redução da tarifa", defende. A isenção total de tributos às concessionárias também poderia influenciar na redução da taxa do pedágio. "Defendemos a criação de um fórum de debates sobre estas questões junto ao governo", diz.
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