Há dois anos, Gilson Luiz Marconato percorre 60 quilômetros da BR-376 numa van em que transporta 15 crianças e adolescentes de Guamiranga. Para buscar os alunos que moram mais longe, ele paga R$ 5,20 de pedágio. O valor deveria garantir uma rodovia em boas condições. Mas nem sempre é assim. Em certas ocasiões, a qualidade do pavimento deixa a desejar. Em alguns trechos, a pista é ondulada, o acostamento tem buracos e pedras e as faixas de seguranças estão com a pintura desgastada. "A estrada está péssima, considerando o alto preço pago pelo pedágio", reclama o motorista.
A reportagem da Gazeta do Povo percorreu na semana passada trechos da BR-376, entre Imbituva e Prudentópolis, e da BR-476, conhecida como Rodovia do Xisto, entre Lapa e Araucária. A estrada alterna trechos em bom estado e outros nem tanto. Na 376, o principal problema é o acostamento. Existe, mas está cheio de buracos e pedras. Próximo ao Km 243, no sentido Prudentópolis a Imbituva, o asfalto apresenta ondulações. A falta de conservação da sinalização prejudica a visibilidade, atrapalhando motoristas que trafegam à noite.
Marconato já precisou jogar o veículo no acostamento para desviar de um carro que vinha em sentido contrário na sua pista. "Por pouco não aconteceu outro acidente", recorda. Ao passar pelo desnível existente entre a pista e o acostamento, o carro deslizou e quase bateu em um barranco. Ele conseguiu retomar o controle do veículo, mas as crianças ficaram assustadas.
Esses problemas não são diferentes no trecho entre Lapa e Araucária. Nos primeiros quilômetros até a praça de pedágio, o asfalto é novo e perfeito, mas está sem acostamento e faixas de seguranças. O trecho está sendo reformado pela concessionária. Do pedágio em diante, seguindo na direção de Araucária, a situação muda e a estrada começa a apresentar defeitos. Asfalto com ondulações e acostamentos malconservados irritam motoristas que pagam R$ 5,90 de pedágio.
"Não sou contra o pedágio, o que não concordo é com os preços absurdos cobrados", afirma o caminhoneiro Antônio Sérgio da Cruz. Ele trabalha para uma seguradora de veículos e recolhe carros acidentados em toda Região Sul. Com a experiência de quem cruza os três estados mensalmente, ele compara a administração das rodovias. Para Cruz, no Rio Grande do Sul, as condições são semelhantes às do Paraná, mas considera a tarifa gaúcha mais barata. "A única coisa boa do pedágio é que a gente nunca vai ficar por muito tempo parado no acostamento, quando o carro quebra", diz.
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