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Estresse pós-vacina seria a hipótese no caso do HPV

Vacina protege contra lesões do colo do útero | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Vacina protege contra lesões do colo do útero (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, disse que uma síndrome de estresse pós-injeção é a hipótese mais provável para o caso das meninas que apresentaram queixas de saúde depois da vacinação contra o HPV (papilomavírus humano). "[A síndrome] já foi observada em outras vacinas, não causa dano neurológico, regride espontaneamente."

A vacina, administrada a adolescentes entre 11 e 13 anos, protege contra lesões do colo de útero que podem virar câncer. Segundo Barbosa, as três meninas de Bertioga (litoral norte de São Paulo) que continuam internadas foram avaliadas por um neurologista mobilizado pela Secretaria de Saúde paulista, que não encontrou alterações neurológicas nas estudantes.

Também não foram identificadas outras queixas envolvendo o mesmo lote da vacina, seja em São Paulo ou em outros estados. E, segundo Bar­bosa, uma eventual má conservação da vacina teria o efeito de reduzir a eficácia da imunização e não de acarretar problemas. "A chance estatística de ter um problema tão concentrado no mesmo lugar é muito baixa."

Ao todo, 11 alunas da mesma escola estadual foram levadas a um pronto-socorro de Bertioga na quarta-feira passada, relatando dores, tonturas e fraqueza na perna, mas só as três seguem internadas.

Dos 25 casos graves, 11 foram descartados e 12 foram reações alérgicas. Os últimos dois serão estudados por especialistas. Em um caso, a menina teve trombose; no outro, a estudante desenvolveu uma doença rara. Nos dois casos, a situação poderia ocorrer mesmo sem a vacina, diz Barbosa. As três garotas estão em observação num hospital de Santos.

Nathália dos Santos Bar­bosa, 13 anos, afirma não con­seguir mover pernas e bra­ços. Às vezes consegue segu­rar o celular ou uma fruta, diz sua mãe, a costureira Darci dos Santos.Mariana Vitória Freitas da Costa, 13 anos, e Luana Raiane Barros da Silva, 12 anos, também estão hospitalizadas, mas já conseguem andar.

De acordo com a infectologista Rosana Richtman, nessa faixa etária deve-se pensar na possibilidade de as garotas estarem "dramatizando". "Uma menina diz ter um sintoma e a outra começa a sentir algo semelhante", afirma. Ela defende, contudo, a necessidade de apurar questões técnicas, como manipulação e validade do lote.

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