Mudança estimula o resgate da autonomia

Os Centros de Apoio Psicossocial (Caps) têm como objetivo principal integrar os pacientes que sofrem de qualquer distúrbio mental a um ambiente social. Para isso, além das consultas psiquiátricas, das terapias individuais ou em grupo e ocupacionais, os atendidos desenvolvem atividades educativas culturais e artísticas junto com os familiares e a comunidade. Para a terapeuta ocupacional Sandra Beccari, ainda há muito a ser feito para que toda a demanda existente no país seja atendida da melhor maneira, mas não há dúvida de que o trabalho de resgate vem colhendo ótimos resultados.

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Foz do Iguaçu - A rede pública de atendimento à saúde mental no Paraná vem cumprindo as metas propostas pela reforma psiquiátrica instituída no país. Mesmo assim, a prestação à população está longe do ideal. A espera por uma consulta com o psiquiatra pode demorar até um ano. Nesta semana o movimento antimanicomial do Paraná realizou uma série de atividades pelo país. Entre as reivindicações estão a melhoria da infraestrutura para área de saúde mental.

"Infelizmente a demanda por atendimento é muito maior que a disponibilidade de psiquiatras", aponta a coordenadora do Programa de Saúde Mental de Foz do Iguaçu, Suzana Bauken. Cada um dos três psiquiatras da unidade local atende por dia dois novos pacientes e 18 antigos. Os únicos cinco leitos psiquiátricos da cidade, mantidos em um pronto-atendimento, estão quase sempre ocupados. Os casos controláveis passam pela triagem feita por um enfermeiro e, dependendo do quadro, seguem para o acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), porta de entrada da rede de atenção em Saúde Mental.

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Segundo o secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin, somente agora, oito anos depois de dada a largada para a reforma psiquiátrica, os resultados começam a aparecer e os índices avançam. "A cultura 'hospitalocêntrica', em que o único tratamento era o internamento, está perdendo espaço para a inclusão social do paciente", observa. Com base nesta política, em sete anos foram extintos 1.534 leitos psiquiátricos no Paraná, restando atualmente 3.658 leitos, distribuídos em 44 unidades de saúde, 16 hospitais psiquiátricos, sete hospitais-dia e 19 hospitais gerais.

Em substituição aos leitos dos hospitais psiquiátricos fechados, a rede de saúde mental de todo o país passou a se apoiar na filosofia dos Caps, núcleos de atendimento psicológico para a assistência integral do paciente com transtornos mentais, passageiros ou crônicos, voltado à inserção social. Até 2002, o estado contava com 3.069 vagas em 14 Caps. Hoje, são 17.305 em 86 unidades, com previsão de mais 4.030 novas vagas disponíveis em outros 21 centros em fase de implantação.