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Uma estudante de Curitiba que iria fazer intercâmbio na Itália foi barrada e deportada para o Brasil, na sexta-feira (5), ao passar pelo serviço de imigração do aeroporto de Madri-Barajas, na Espanha. A universitária C.B.K., de 23 anos, viajou na quinta-feira (4) à Europa e foi obrigada a voltar a Curitiba no sábado (6).

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Ela conta que devia realizar uma ponte-aérea na cidade espanhola de Madri para ir à Milão e depois embarcar para a cidade de Florença. Ela diz que para pegar o próximo avião tinha que passar pelo serviço de imigração. Quando chegou ao guichê, foi questionada sobre sua viagem e explicou que ficaria por três meses em Florença como turista, embora fosse estudar. "Logo após, fui levada a uma sala e um policial me entrevistou", conta.

Ela afirma que os policiais espanhóis a trataram como uma bandida. "Fui levada a uma sala, onde espalharam todos meus documentos em cima de uma mesa e pediam para que eu esperasse", relata. Depois, a estudante ficou em uma sala da imigração, onde outras 15 pessoas também aguardavam, entre elas, três brasileiras. "Ali tinha de tudo, pessoas que foram trabalhar no país ilegalmente, outras que não possuíam documentação exigida", fala. "Ninguém me ouvia, fui tratada como um lixo", afirma.

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A polícia fez com que a universitária, assim como as outras pessoas do local, assinasse um documento onde dizia que ela teria uma entrevista com direito a um advogado e uma intérprete. "O policial foi extremamente grosso durante esta entrevista, tudo o que eu falava ele dizia ser mentira e começou a me pedir uma documentação que não estava prevista por mim antes de sair do Brasil", relata.

Na entrevista, o policial falou que era necessário ter mais documentos. "Ele me pediu o extrato do cartão de crédito, um documento que comprovasse que eu estudo no Brasil, um comprovante de pagamento do curso de italiano que eu faria. Além de perguntar quanto meu pai ganhava, já que declarei que dependia financeiramente dele".

A família da estudante chegou a entrar em contato com a Embaixada Brasileira em Madri, na Espanha, e enviou todos os documentos exigidos. O serviço de imigração considerou indeferido o pedido para a brasileira entrar no país e informou que ainda faltavam mais dados, assim deferindo a deportação da estudante.

Ela diz não ter recebido nenhuma explicação sobre o que aconteceu. "Não sei se foi preconceito, não entendi mesmo. Ninguém me passou informação alguma", reclama.

A universitária estuda no sexto período do curso de Letras-Italiano na Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Eu tive até que trancar a matrícula por causa da viagem. Agora, depois de tudo o que aconteceu, não penso mais em viajar à Itália no momento", diz. A estudante conta que já realizou outras viagens internacionais e nunca teve problemas.

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No Brasil, C.B.K. contratou uma empresa especializada em intercâmbios. Segundo ela, os documentos exigidos para entrar na Itália estavam todos em dia. A empresa B to W, de Curitiba, informou que este foi o primeiro caso que um cliente da agência passa por um problema de deportação. A empresa ainda diz que ela será reembolsada de todas as despesas, exceto as passagens aéreas.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Embaixada da Espanha no Brasil, em Brasília, mas não encontrou ninguém para falar sobre o caso. O mesmo aconteceu com a Embaixada do Brasil na Espanha, na cidade de Madri. O Consulado da Itália em Curitiba alegou que não foi informado sobre o caso ainda.