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Estudante denuncia na internet a falta de estrutura em escola

Número de seguidores da página Diário de Classe passou de 122 mil ontem | Reprodução Facebook
Número de seguidores da página Diário de Classe passou de 122 mil ontem (Foto: Reprodução Facebook)
Em uma foto, Isadora mostra

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Em uma foto, Isadora mostra

Porta sem maçaneta, fios desencapados, carteiras quebradas e ventiladores que dão choque. Isadora Faber, de 13 anos, não imaginava que a ideia de postar as fotos de sua escola na internet causaria tamanha repercussão. "Eu sempre reclamei, mas nunca adiantou. Pensei que publicar poderia fazer com que a prefeitura se sensibilizasse. Mas não tinha noção do que estava por vir", diz a aluna da 7.ª série, de voz tímida e dedos muito afiados.

Em pouco mais de um mês, a página Diário de Classe, que Isadora criou no Facebook, recebeu mais de 120 mil "curtir" e cada uma das publicações tem dezenas de comentários elogiosos à estudante que não teve medo de mostrar a situação da Escola Básica Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis.

Mas o apoio é de desconhecidos. Dentro da escola onde ela estuda há mais de sete anos, desde o início do ensino fundamental, a iniciativa tem sido duramente criticada. Muitos amigos se afastaram e os professores consideram um absurdo. Talvez por eles também serem vítimas.

Ao lado da foto do vidro quebrado da fachada do prédio, está o vídeo que mostra a desordem na aula de Ma­temática. Também há comentários sobre o fraco desempenho dos professores auxiliares.

Com mensagens tão diretas, não dava para esperar que os professores apenas ignorassem a página. Num comentário, uma docente perguntou onde estava a menina meiga que visitava muito a biblioteca e pediu para que ela deixasse de trilhar caminhos obscuros ou teria um futuro triste.

Retaguarda

Apoio em casa não tem faltado. "Ela levantou uma bandeira muito forte, a da educação, e isso nunca pode ser podado", diz a mãe Mel Faber. Assim que a página foi criada, Mel foi convocada à escola e avisada: era melhor tirar essa ideia da cabeça da menina antes que ela começasse a sofrer ameaças ou até fosse presa. "Fui taxativa no meu não. Minha filha quer é o que é dela por direito."

Na escola de Isadora, apesar da polêmica, as coisas melhoraram: algumas fechaduras e uma porta foram trocadas e os fios que davam choque foram consertados. Ontem, a Secretaria Municipal de Educação anunciou que o colégio será reformado.

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