Investigação - Em busca de pistas, polícia apura chamadas recebidas no celular
O delegado Joaquim de Melo, da Delegacia de Homicídios, tomou o depoimento de quatro amigas da estudante ontem à tarde. Melo não concedeu entrevistas e as garotas deixaram a delegacia sem falar com os jornalistas. Os familiares também serão ouvidos, mas o delegado não informou quando. "Por enquanto não há condições, eles estão muito abalados", disse Sérgio Barroso, delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina. Os contatos da garota, como os números das chamadas telefônicas que ela recebeu no celular e até contatos do site de relacionamento Orkut, também serão usados como fonte de informação. Até o início da noite de ontem, o perfil de Amanda Rossi no Orkut havia recebido cerca de 150 recados lamentando sua morte. Um tópico sobre o crime foi criado na maior comunidade da Unopar existente no Orkut.
Os laudos do Instituto Médico-Legal e do Instituto de Criminalística (IC) sairão dentro de dez dias. O perito Luciano Bucharles, do IC, esteve no local do crime e afirmou que este é um caso atípico, em razão do corpo da estudante já estar em estado de decomposição. "Normalmente os crimes de morte têm vestígios mais claros, este é um caso especial devido às condições. Precisamos ter muita cautela", afirmou. Ele não revelou que tipos de objetos foram coletados para perícia. (G.G.)
Londrina O corpo da estudante de Educação Física Amanda Rossi, de 22 anos, foi encontrado na manhã de ontem, em uma sala de máquinas do câmpus Piza da Universidade Norte do Paraná (Unopar), em Londrina. Amanda estava desaparecida desde às 22 horas de sábado, quando saiu de um evento de dança e ginástica que estava sendo realizado no ginásio de esportes da universidade.
A causa da morte, conforme informou o delegado-chefe da 10.ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, a partir de informações extra-oficiais do Instituto Médico-Legal (IML), foi asfixia por esganadura. "Provavelmente provocada com as mãos. Embora houvesse uma lesão na cabeça, não foi essa a causa. É possível que ela tenha levado uma pancada e ficado inconsciente, pois não há sinais de defesa nas mãos da estudante", afirmou.
Também não há sinais de violência sexual. Até o fim da tarde de ontem, a polícia não tinha suspeitos da autoria do crime. Segundo Barroso, a investigação trabalha com hipóteses de homicídio e latrocínio, já que a bolsa, documentos e celular da vítima sumiram.
Segundo a assessoria de imprensa da universidade, o corpo foi descoberto em avançado estado de decomposição por volta das 8h30 de ontem, quando um funcionário da manutenção entrou na sala de máquinas, onde fica a caldeira que mantém aquecida a piscina da clínica de fisioterapia. De acordo com assessoria, a sala fica aberta dia e noite, inclusive nos fins de semana, porque a caldeira requer manutenção constante.
De acordo com o chefe de segurança da Unopar, Carlos Fernando Laffranchi, a área teria sido isolada no sábado para que o público que participava do 3.° Festival Unaero Hip Hop Londrina, no ginásio, não circulasse por ali.
A medida, no entanto, não valia para os alunos. "Eles podiam andar por onde quisessem", afirmou. Segundo o chefe de segurança, estiveram presentes ao evento cerca de 300 pessoas. Amanda era uma das organizadoras, como aluna do 3.° ano de Educação Física.
Família
O pai da vítima, Luiz Carlos Rossi, já havia mobilizado a família, amigos e polícia para procurar Amanda. "Ontem (domingo), demos uma busca em toda esta região ao redor da Unopar. Nunca imaginei que minha filha estava morta dentro da universidade", disse. Segundo ele, no sábado, a filha iria dormir na casa de uma amiga, depois do evento. "Por volta da meia-noite, esta amiga ligou perguntando se a Amanda estava em casa porque não a encontrava. Eu fiquei desesperado porque ela não saia sem avisar onde ia", afirmou. De acordo com o pai, a amiga disse que a última vez que viu Amanda foi por volta das 22 horas. "Ela disse que iria dar uma saidinha rápida e não foi mais vista", lamentou. Segundo ele, a estudante não tinha namorado desde que terminou um noivado, há dez meses.
A reitora da Unopar, Elizabeth Laffranchi, disse que a universidade tem câmaras de segurança e as gravações serão entregues à polícia assim que for solicitado.
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