Um estudante de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi preso pela Polícia Federal (PF) na manhã de ontem, em sua residência em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. O rapaz, de 21 anos, é acusado de prática de ato sexual com crianças e adolescentes, produção de material pornográfico infanto-juvenil e distribuição de material erótico envolvendo crianças pela internet. Também pode ser enquadrado por corrupção de menores e formação de quadrilha.
A PF chegou ao rapaz depois de uma denúncia feita pelo FBI polícia federal norte-americana na semana passada. "Eles (FBI) já estavam investigando uma quadrilha americana, uma espécie de comunidade virtual, bastante restrita, em que era feito um compartilhamento de fotos e vídeos de crianças entre 7 e 13 anos. Em algumas fotos as crianças estavam de roupa, na praia, em outras eram cenas de sexo mesmo", diz o delegado da PF Flúvio Cardinelle Garcia.
Com o suspeito foi apreendido um computador com mais de 2,5 mil gigabytes de memória e diversas mídias CDs e DVDs. De acordo com o delegado, em pelo menos uma das cenas o rapaz aparece fazendo sexo com um menino de 12 anos. Segundo o delegado, ele confessa esse crime, mas nega que tenha tido relações com outras crianças. "A capacidade de armazenamento desse computador é muito grande. Nossos peritos ainda estão analisando e também esperam o material que virá do FBI."
O estudante foi descrito pelo delegado como um rapaz inteligente e articulado. "Ele fala bem e sabe que fez algo ilícito", diz o delegado.
O rapaz usaria equipamentos eletrônicos, como notebooks, máquinas digitais e videogames para aliciar as crianças da vizinhança. "Ele tinha uma condição financeira melhor em um bairro mais carente e se aproveitava disso."
O suspeito morava com os pais e um irmão. No depoimento, a família disse que sabia da presença de crianças na casa, mas nunca teria desconfiado de qualquer abuso. O jovem pode, inclusive, vir a ser processado pela Justiça americana, caso fique comprovado que fornecia material erótico envolvendo crianças para os Estados Unidos.
O advogado do suspeito, Bruno Thiele Araújo Silveira, afirmou que ainda não teve acesso aos autos e que, por esse motivo, não iria se manifestar.
Colaborou José Marcos Lopes