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Pichação e drogas

Estudante do MBL é agredido e impedido de falar em reunião do DCE da UEL

Imagem da reunião do DCE, quando estudante de economia é impedido de falar. (Foto: Arquivo Pessoal / Gabriel Bertolucci)

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Coordenador estadual do Movimento Brasil Livre (MBL) e estudante do terceiro ano de economia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Gabriel Bertolucci sofreu agressões verbais e físicas ao tentar participar de uma reunião promovida com o intuito de reabrir as instalações do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEL, nos dias 16 e 17 de outubro (veja vídeo). O motivo foi a viralização de um vídeo em que Bertolucci mostra o estado precário do local utilizado por alunos envolvidos com o DCE, com pichações, fichas para a compra de drogas, móveis depredados, etc.

Gabriel conta que decidiu participar da reunião no intuito de “devolver o DCE para os estudantes”. “Queremos abrir uma chapa. Eu entrei no auditório, sentei, não provoquei ninguém. Começaram a me chamar de fascista, dizendo que iriam ‘me pegar na rua’, jogaram até laranja na minha cabeça”, disse.

“Eles estavam bravos, conseguimos fechar uma boca de fumo dentro da maior universidade estadual do Paraná após a repercussão do vídeo”, ressalta. De acordo com a assessoria da UEL, o episódio “foi um bate-boca” e “ninguém reclamou sobre isso na reitoria do campus”.

A reportagem procurou representantes do DCE que pudessem falar sobre o assunto, mas foi informada de que não há gestão eleita e, portanto, não há membros que possam se pronunciar.

Denúncia

Gabriel Bertolucci conta que a ideia de gravar e publicar o vídeo denunciando a situação do prédio do DCE surgiu de sua observação diária. “Eu passava pelo local todos os dias e via pessoas ali dentro. Quando entrei, encontrei drogas, garrafas de bebidas alcóolicas, fichas para compra de maconha, camisinhas usadas, muito lixo e coisas quebradas, enfim. Fiquei angustiado com aquela situação e decidi gravar o vídeo, que viralizou”, conta o estudante.

Segundo ele, o local foi fechado após a repercussão das imagens, quando muitas pessoas começaram a cobrar uma resolução da Universidade. Entretanto, a Coordenadoria de Comunicação da UEL afirma que o prédio já estava fechado desde 2021, mas era usado precariamente pelos alunos.

Gabriel discorda. “É uma mentira objetiva (que o prédio estava fechado). Eu consigo provar que o próprio DCE marcou uma reunião no local em março de 2023”, contesta. “É um lugar aberto! Entrei em contato com estudantes que nem sabiam que estava fechado. A primeira vez que eu fiz o vídeo não tinha nada tampando as entradas. Na segunda vez, quando fomos com a TV, eles fecharam algumas portas, mas deixaram a porta dos fundos aberta. Foi assim que entramos”, explica.

Gabriel também questionou o descaso da UEL com o local. “Fiscalização é responsabilidade da Universidade, não de um aluno”, reclama. Em nota oficial enviada à imprensa, a instituição reafirma que o local está interditado desde julho de 2021, após vistoria da Prefeitura do Campus (PCU) e emissão de laudo da equipe de engenharia, e informa que o prédio foi limpo em setembro — após a veiculação das imagens produzidas pelo estudante.

Leia um trecho da nota:

“Trata-se de uma estrutura antiga, em madeira, que passou por higienização completa da PCU, em setembro deste ano, e que se encontra novamente isolada. A Coordenadoria de Comunicação informa que a Reitoria da UEL instituiu um Grupo de Trabalho, em dezembro de 2022, que conta com participação de membros do Conselho de Administração, para estudar os espaços físicos da UEL e avaliar sobre como deverá ser a cessão para as representações de estudantes, considerando a importância histórica destas instâncias como Diretório Central, Centros Acadêmicos, Atléticas, Empresas Juniores e Grupos PET.”

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