O corpo de Denis Papa Casagrande, 21, estudante morto ontem em uma briga durante festa no campus da Unicamp, em Campinas, foi enterrado às 11h deste domingo, no cemitério Parque da Ressurreição, em Piracicaba (SP).
Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro na cidade, onde vive a família do estudante.
Casagrande, que cursava engenharia de controle e automação na Unicamp, se envolveu em uma briga generalizada e foi esfaqueado no peito por volta por volta das 4h, informou Edson Rizzo, comandante da Guarda Municipal de Campinas, instituição que atendeu a ocorrência. A arma do crime não foi localizada.
Segundo Rizzo, a briga se encaminhava para o linchamento de duas pessoas, entre elas Casagrande. A Guarda Municipal, para evitar mais violência, levou os dois envolvidos ao carro de polícia. Muitos presentes ainda jogaram latas e copos no carro de polícia.
Prontuário de ferido é extraviado
Outro ferido na briga e suposto agressor de Casagrande, Anderson Marcelino Ferreira Mamede, 20, também foi levado ao hospital. Deu entrada às 4h47, mas seu prontuário médico foi extraviado às 19h de ontem. Segundo amigos da família de Casagrande que estiveram no hospital, nesse dia, cerca de dez punks aguardavam para visitar Mamede.
Segundo a Unicamp, a festa dentro do campus não estava autorizada - a instituição disse que irá apurar as circunstâncias do fato e identificar os responsáveis pelo evento.
Em nota, a Unicamp informou ainda que consta nos registros da vigilância interna que o campus foi invadido pelos participantes da festa por volta das 23h de sexta-feira, e que essas pessoas "avançaram com seus carros sobre as barreiras colocadas nas portarias 1 e 4 e sobre os vigilantes que tentaram barrar sua passagem".
A festa de ontem ocorreu dentro do campus, no teatro de arena da Unicamp. Segundo um amigo que morava com Casagrande, um grupo de jovens o atacou e "bateram até com um skate", disse o rapaz, que pediu para não ser identificado.
Segundo um aluno de engenharia da Unicamp, que também pediu para não ser identificado, festas como a de sexta-feira ocorrem semanalmente na universidade. O evento de ontem, disse ele, foi organizado pela rádio Muda, veículo independente dirigido por alunos da universidade que usa as festas para arrecadar fundos.
A Unicamp não permite e não é avisada formalmente sobre essas festas, mas as tolera, disse o aluno. Nesses dias, a universidade impede a entrada de carros, mas qualquer pessoa a pé - aluno ou não - consegue acessar a universidade sem dificuldades.
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