O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) realizou quatro horas de protesto em frente ao campus Curitiba da instituição, bloqueando a Rua Imaculada Conceição, no bairro Prado Velho, nesta sexta-feira (28). Segundo os estudantes, a manifestação foi contra a falta de segurança e de estrutura da universidade, problemas que não estariam sendo resolvidos apesar do valor das mensalidades, que os alunos consideram alto e que deve sofrer aumento.
Por volta das 10h40 os estudantes fecharam totalmente a Rua Imaculada Conceição, bem em frente ao portal de entrada do campus. Uma equipe da Diretoria de Trânsito (Diretran) está no local para acompanhar a manifestação. O protesto terminou por volta das 15h. Segundo Gustavo Pagnoncelli, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da PUCPR, equipes da Polícia Militar (PM) pressionaram os alunos a deixarem o local. "Os estudantes se sentiram acuados com a ação dos policiais. Eles empurraram algumas garotas e agiram com força", disse Pagnoncelli.
Os estudantes prometem realizar outra manifestação no local a partir das 19 horas desta sexta-feira. Eles também aguardam para conversar com a administração da pró-reitoria da instituição ainda nesta tarde.
Trânsito
Segundo a Diretran, por volta das 11h30, a fila de veículos chegava até o cruzamento com a Linha Verde (BR-476). Lá, os motoristas passaram a ser orientados a virar à esquerda na Rua Pedro de Toledo, uma transversal da Imaculada Conceição, e utilizar vias alternativas, como a Iapó ou a Francisco Nunes, para continuar o percurso em direção ao Centro. Já os veículos que estavam a frente do cruzamento com a Pedro de Toledo recuaram até o caminho alternativo.
Os alunos contam que no final da manhã a PUCPR chegou a abrir os portões da universidade para permitir que os carros desviassem do bloqueio por dentro do campus.
Aumento
Nesta semana, a reitoria da PUCPR anunciou que as mensalidades sofrerão aumento de 8,5% a partir de janeiro de 2009. Na manhã de quarta-feira (26), os estudantes protestaram em frente ao prédio administrativo da universidade, com cartazes, faixas e narizes de palhaço, para pedir a redução no índice de reajuste. Representantes do DCE foram recebidos pelo pró-reitor de administração, planejamento e desenvolvimento Valdecir Cavalheiro, que esclareceu os motivos do reajuste, apresentando a planilha de custos da instituição.
Segundo o estudante Tiago Gappmayer, presidente do Centro Acadêmico de Comunicação Social da PUCPR, a questão do aumento continua a ser contestada, mas não é o único foco dos protestos. "Reajustar as mensalidades tudo bem. O problema é que não vemos o dinheiro que pagamos ser aplicado na melhoria das condições de limpeza, segurança e material, por exemplo", explica. Ainda na quarta-feira, representantes de diversos centros acadêmicos da universidade entregaram um documento com uma lista de reivindicações ao pró-reitor Cavalheiro.
"Avisamos a reitoria que ficaríamos em protesto, de forma pacífica, aguardando a continuidade das negociações sobre as reivindicações", conta Gappmayer. Segundo ele, para isso, cerca de 30 alunos passaram a noite em barracas instaladas em frente ao prédio administrativo da PUC. O estudante conta que, durante esta madrugada, entretanto, ladrões entraram na universidade e roubaram equipamentos de informática da livraria do DCE.
"É o segundo roubo só esta semana. Na madrugada de domingo (23), haviam revirado a sala de fotocópias do DCE", conta Bianca. "Isso mostra como é precária a segurança que a universidade nos oferece".
Gustavo Pagnoncelli, presidente do DCE, diz que a administração da PUCPR não voltou a conversar sobre o reajuste das mensalidades ou sobre as demais reclamações dos alunos desde a quarta-feira. "O protesto desta sexta é para mostrar nossa indignação", diz.
A PUCPR enviou uma nota na qual informa que tem investido na modernização do sistema de segurança em 2008. "São mais de 300 câmeras, responsáveis por monitorar a Instituição 24 horas por dia. Uma equipe especializada faz o controle das imagens. A segurança interna também foi reforçada por agentes motorizados e orientadores de público, prontos para auxiliar no trânsito ou em qualquer incidente. Além das câmeras, o acesso ao Câmpus da Universidade é controlado com um SmartCard, que possui um microprocessador e memória eletrônica de uso individual para alunos, professores, funcionários e prestadores de serviços", diz o texto.
Sobre a questão do reajuste da matrícula, a universidade informou que o índice não será revisto.
Mais informações em breve
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