Estudantes da UFPR farão mais manifestações nos RUs

Cerca de 113 alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) continuaram nesse fim de semana alojados na Reitoria. Eles ainda não definiram se nos próximos dias vão permitir que funcionários da universidade sigam entrando no local para cuidar de questões do vestibular, da folha de pagamento dos servidores e dos restaurantes universitários (RUs).

Segundo o estudante Thiago Leucz Astrizi, a partir de hoje o movimento deve fazer algumas manifestações nos RUs. "Recebemos ontem (sábado) uma carta de um antigo diretor de um RU informando que o serviço dos restaurantes foi suspenso por uma manobra. Este antigo diretor afirma que os RUs podem funcionar normalmente, mesmo com a ocupação, já que para comprar os alimentos eles não precisam passar pela Reitoria", explica. A idéia das manifestações nos RUs, segundo Astrizi, é levar aos outros estudantes essa informação com o intuito de que os alunos não se rebelem contra o movimento por causa do fechamento dos restaurantes. "Vamos distribuir cartazes nos locais mais visíveis. Também queremos mostrar que nenhum funcionário dos RUs nos procurou dizendo que precisava entrar na Reitoria para comprar os alimentos. Por isso não somos responsáveis por tudo o que está acontecendo. Sempre analisamos os pedidos e, quando preciso, liberamos a entrada", conta.

O movimento de ocupação ainda não tem data para sair da Reitoria. "Não vamos liberar o local enquanto não houver o plebiscito", afirma Astrizi. Os estudantes protestam contra o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que prevê o aumento de vagas e de investimentos, mas com a exigência de aprovação de 90% dos universitários. O problema é que os alunos não querem fazer a eleição por meio do Conselho Universitário. "A idéia é que haja um plebiscito que decida sobre o Reuni", explica Astrizi. Os universitários temem que a qualidade de ensino caia com a aprovação do programa. Hoje termina o primeiro prazo para a adesão ao Reuni, que será estendido até início de dezembro. O programa já tem adesão de 27 universidades federais.