Os escritórios de advocacia Pinheiro Neto e Castro Barros informaram por meio de nota que dois estudantes que ofenderam alunos cotistas da USP foram demitidos| Foto: Reprodução / Redes sociais
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Dois estudantes de Direito da PUC-SP foram demitidos de grandes escritórios de advocacia após a divulgação de vídeos em que aparecem ofendendo cotistas da USP, durante um jogo de handebol masculino, no último sábado (16). Um terceiro aluno também pode perder sua vaga.

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Enquanto as duas universidades disputavam a partida nos Jogos Universitários Estudantis, os três e outros integrantes da torcida da PUC-SP gritaram insultos considerados racistas e aporafóbicos como "pobre", "cotistas filho da puta" e "só podia ser cotista", fazendo sinal de dinheiro com as mãos. As imagens das ofensas tiveram grande repercussão nas redes sociais.

Nesta segunda-feira, os escritórios Pinheiro Neto Advogados e Castro Barros Advogados informaram por meio de nota que dois desses estudantes, que eram seus estagiários, foram demitidos. Ao portal Migalhas, o escritório Machado Meyer, que contrata um terceiro estudante que aparece nitidamente nas imagens, informou que avalia ainda quais medidas serão tomadas no caso.

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A organização dos Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo informou, também nesta segunda-feira, que a torcida da PUC-SP está proibida de participar dos próximos jogos até o fim do ano. 

A Faculdade de Direito da USP e a PUC-SP emitiram nota conjunta de repúdio, assinada também pelos centros acadêmicos centros acadêmicos XI de Agosto e 22 de Agosto, repudiando o comportamento dos alunos. Leia a íntegra da manifestação:

"Nota de Repúdio contra o racismo

As Diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP e os Centros Acadêmicos XI de Agosto e 22 de Agosto das duas instituições vêm a público manifestar repúdio aos lamentáveis episódios ocorridos nos Jogos Jurídicos de 2024. Durante o evento, um grupo de alunos da Faculdade de Direito da PUC-SP proferiu manifestações preconceituosas contra estudantes da Faculdade de Direito da USP, utilizando o termo "cotistas" de forma pejorativa.

Essas manifestações são absolutamente inadmissíveis e vão de encontro aos valores democráticos e humanistas, historicamente defendidos por nossas instituições. Diante disso, as entidades signatárias comprometem-se a apurar rigorosamente o caso, garantindo a ampla defesa e o devido processo legal, e a responsabilizar os envolvidos de maneira justa e exemplar.

Reconhecemos que a segregação social ainda é um desafio no Brasil, mas entendemos que o ambiente universitário deve atuar como um espaço de reparação e transformação. Incidentes como este reforçam a urgência de combatermos todas as formas de hostilidade no meio acadêmico.

Festas e jogos universitários devem ser momentos de integração, congraçamento e solidariedade, não de ódio, violência e intolerância, como não raramente se vê. A luta pela superação de uma cultura de violência nesses espaços depende do engajamento de todos e todas.

Além da responsabilização dos envolvidos, é indispensável avançarmos na direção de políticas preventivas e de acolhimento. Planejamos implementar protocolos que fortaleçam ouvidorias, promovam a prevenção e a educação antirracista e assegurem um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os alunos e alunas. Essa é uma demanda frequente da comunidade acadêmica, que exige ações concretas e eficazes.

Estamos determinados a transformar este episódio em um marco para o fortalecimento de uma cultura de respeito, equidade e inclusão em nossas instituições."

A PUC-SP também publicou uma nota oficial sobre as ofensas:

"Manifestação da Reitoria da PUC-SP sobre episódio ocorrido em 16/11 nos Jogos Jurídicos 2024

A PUC-SP repudia com veemência toda e qualquer forma de violência, racismo e aporofobia, e lamenta profundamente o episódio ocorrido em 16/11, envolvendo um grupo de estudantes do curso de Direito da nossa Universidade nos Jogos Jurídicos de 2024.

Manifestações discriminatórias são vedadas pelo Estatuto e pelo Regimento da Universidade, além de serem inadmissíveis e incompatíveis com os princípios e valores de nossa Instituição.

A Reitoria determinou à Faculdade de Direito a apuração dos fatos, com o rigor necessário, a partir das normas universitárias e legais, promovendo a responsabilização e conscientização dos envolvidos.

A PUC-SP promove a inclusão social e racial, por meio de programas de bolsas na graduação e na pós-graduação, bem como de permanência dos estudantes bolsistas. Além disso, participa desde a criação das políticas públicas de inclusão como o PROUNI e o FIES.

Na atual gestão da Reitoria também foram incluídos letramento racial na formação dos docentes e, principalmente, foi implementado programa de ação afirmativa para contratação exclusiva de docentes negros até que atinjam o número correspondente ao percentual da população negra em São Paulo definida pelo IBGE.

Por fim, nos solidarizamos com os estudantes ofendidos e com todos que presenciaram esse episódio intolerável. Na PUC-SP combatemos o racismo a partir de uma perspectiva antirracista ativa."

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