Ocorreu ontem, no Teatro Paiol, em Curitiba, mais uma edição do Papo Universitário, dessa vez com o tema "Tudo vira piada". Os convidados discutiram sobre os limites do humor no mundo on-line e como se defender em casos extremos. Participaram do encontro Bia Granja, cocuradora do Social Media Week Brasil, da Campus Party e do festival youPIX; Bic Muller, criadora do site Morri de Sunga Branca e autora do @pedreiro_online; Fagner Zadra, ator, comediante e integrante do projeto Tesão Pia; e Demétrius Gonzaga de Oliveira, delegado titular do Núcleo de Combate a Cibercrimes (Nuciber).
O programa começou com os convidados falando sobre assuntos sérios que se tornam piada. Para Zadra, o exagero ocorre quando se faz piada com o falecimento de alguém. "É natural do ser humano buscar uma válvula de escape, mas a morte é uma coisa muito séria, muito triste para se brincar", diz. Bia, embora não seja humorista, afirmou seguir uma regra pessoal para definir sua conduta na internet. "Eu não faço na rede o que eu não faço pessoalmente, olhando para a pessoa". Apesar disso, Bia reclamou do excesso de policiamento sobre tudo que sai na internet.
Sobre ofensas graves, o delegado Oliveira destacou que o valor que cada um dá à sua honra é algo muito subjetivo. "Cada pessoa tem uma receptividade diferente à brincadeiras, e ela pode recorrer à justiça quando se sentir ofendida". Segundo ele, a decisão de um juiz nesses casos também será subjetiva, e aquele que ofende deve estar preparado para suportar as consequências, inclusive financeiras. "Indenizações por danos morais vão de 12 a 35 mil reais", diz o delegado.
A respeito de arrependimentos por piadas postadas nas redes sociais, Bic contou já ter recuado em algumas situações e disse não ver problema em retirar uma postagem do ar quando nota que as consequências se tornaram sérias. Para ela, a existência de limites jurídicos é um bom guia para evitar excessos.
O evento foi transmitido ao vivo pelo site da Gazeta do Povo e pela ÓTV, no canal 11 da NET Digital Curitiba.
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