Em assembleia realizada na noite de quinta-feira (25) os estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) decidiram manter a ocupação na Reitoria. A permanência no local foi votada mesmo após uma reunião entre representantes do movimento estudantil e a reitora Berenice Jordão.
“Na assembleia, a ampla maioria dos estudantes votou pela manutenção da greve. Decidimos também criar um grupo de trabalho para elaborar uma contraproposta para ser apresentada à reitora em reunião na manhã de hoje [sexta-feira (26)]”, explicou o estudante de pós-graduação e um dos integrantes do comando de greve da UEL, Lucas Godoy. Na terceira noite de ocupação, cerca de 60 estudantes dormiram no local.
Godoy não quis adiantar o conteúdo da contraproposta, mas disse que o resultado das negociações deve ser novamente levado para uma assembleia que será realizada às 19 horas desta sexta-feira. “Poderemos votar o fim da ocupação, da greve. Essa é a nossa intenção”, adiantou o integrante do comando. A definição do novo calendário de aulas pode sofrer um atraso por conta da ocupação.
Por volta das 12h50, a assessoria de imprensa da UEL disse que, após uma breve conversa no final da manhã desta sexta, a reitora aguardava uma nova rodada de negociações com o movimento estudantil.
Na sequência, Berenice Jordão deve participar da reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), convocada para as 14h40 na Sala dos Conselhos. Se os membros do Cepe suspenderem a liminar que determinou a greve na instituição, as aulas poderão ser iniciadas no primeiro dia útil da revogação, a próxima segunda-feira (29).
Na quinta-feira (25), manifestantes e a reitora Berenice Jordão estiveram reunidos por cerca de três horas para discutir as reivindicações do movimento estudantil. A contratação de servidores para o Restaurante Universitário (RU) e a tomada de medidas mitigatórias para reduzir as consequências do atraso nas obras do restaurante foram os principais itens cobrados pelos estudantes. Mas, segundo Lucas Godoy, estudante de pós-graduação e integrante do comando de greve da UEL, não foram apresentadas propostas sobre tais reivindicações.
De acordo com Godoy, apenas uma proposta foi feita pela reitoria durante a reunião. “Ela se propôs a aumentar R$ 100 na Bolsa Permanência, que é concedida a apenas 100 estudantes todos os anos. Essa bolsa é de R$300 e iria para R$ 400, e na prática dá apenas R$ 1 a mais por refeição para esses estudantes”, detalhou Godoy. “Isso não contempla nem os estudantes que têm direito à Moradia Estudantil.”
A reitora também teria se comprometido a intermediar um encontro entre os estudantes em greve e representantes da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Neste encontro, os estudantes terão a oportunidade de cobrar do governo estadual a resolução de outros pontos, como a falta de repasse integral das verbas de custeio da universidade.