Um grupo de estudantes protesta nesta sexta-feira (23) contra o projeto da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar as escolas da rede estadual paulista por ciclos únicos de educação.
Cerca de 800 pessoas participam do protesto organizado pela UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas). A Polícia Militar não informou a estimativa de público, mas afirmou que a manifestação está pacífica.
Reforma escolar vai afetar 2,9 mil classes no estado de São Paulo
Leia a matéria completaO ato começou por volta das 9 horas em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, região central de São Paulo. Com faixas e cartazes, os manifestantes chegaram a bloquear todas as faixas em direção à rua da Consolação. Por volta das 9h50, os estudantes começaram a caminhar em direção à seda da Secretaria do Estado da Educação, na praça da República, também no centro da cidade.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), durante o protesto na Paulista e a passagem pela rua da Consolação, houve uma pequena retenção do fluxo de carros, mas que não chegou a causar congestionamento. Por volta das 10h50, os estudantes já ocupavam as faixas da avenida Ipiranga.
Reorganização por ciclos
O secretário da Educação, Herman Voorwald, deve divulgar nesta sexta a lista com a relação das escolas que devem sofrer mudanças por conta da reorganização escolar prevista para 2016.
A meta da Secretaria de Estado da Educação é manter, em cada colégio, apenas um ciclo de ensino -anos iniciais (1º ao 5º) do ensino fundamental ou anos finais (6º ao 9º) do fundamental ou ensino médio. Com isso, alunos serão transferidos.
O processo afetará até mil escolas estaduais e entre 1 milhão e 2 milhões de estudantes. A rede soma 5.108 unidades e 3,8 milhões de alunos. A secretaria da Educação afirma que o aluno que precisar ser transferido irá para um colégio a até 1,5 km do endereço anterior. A pasta diz, ainda, que analisa a situação de 3.600 das 5.108 escolas em todo o Estado. Cerca de mil devem sofrer mudanças.
No dia 13 de outubro, Voorwald, afirmou que os estudantes das escolas públicas de São Paulo também deveriam protestar quando professores da rede de ensino fizerem greves extensas. Neste ano, docentes fizeram paralisação de 89 dias, a mais longa da história da rede -e que terminou sem que a gestão tucana tenha feito proposta de reajuste salarial.
“É muito interessante o aluno protestar. Quem sabe estejamos criando na educação o protesto para que não falte professor. Para que as greves [de professores] não sejam tão extensas, para que uma greve de 90 dias seja um absurdo numa rede de 4 milhões de estudantes”, disse à Folha, por telefone, na ocasião.
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