Ajudar “famílias grávidas” a encontrar informações sobre médicos, planos de saúde e maternidades: esse foi o objetivo do Hackathon Open Data, evento produzido pelo Núcleo de Jornalismo de Dados da Universidade Positivo (UP) nessa sexta-feira (16) e no sábado (17). A maratona de programação reuniu estudantes do curso de Jornalismo e outros profissionais para produzir conteúdo e produtos, como aplicativos e sites, a partir de dados inéditos sobre assistência obstétrica na saúde pública e suplementar em Curitiba.
Desde a resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que determina a divulgação, pelos planos de saúde, do porcentual de partos normais e cesáreas de seus médicos sempre que solicitado, esses dados são, em tese, de fácil acesso. Na prática, no entanto, há dificuldade em obter e compreender essas informações devido ao volume e ao formato em que são disponibilizadas.
Os dados apurados mostram, por exemplo, que entre os profissionais conveniados a três dos maiores planos de saúde que operam em Curitiba, o porcentual de médicos obstetras que realizaram unicamente partos cesárea varia entre 42% e 54%. Mesmo entre os médicos que também realizaram partos normais, a taxa de cesárea é maior na maior parte dos casos.
Os dados sobre taxas de cesáreas e partos normais por médico e plano de saúde, informações sobre quais hospitais-maternidades realizam mais intervenções cirúrgicas em nascimentos e quais preconizam o parto normal foram apurados ao longo de dois anos via Lei de Acesso à Informação e diretamente com as operadoras de saúde suplementar.
“A ideia era proporcionar o aprendizado em jornalismo de dados e mobilizar os estudantes a buscar essas informações que, de modo geral, não são fáceis de conseguir. E, depois, pensar em maneiras de disponibilizar esse conteúdo ao cidadão comum, que nem sempre tem condições de ler e entender os dados”, explica Rosiane Correia de Freitas, professora coordenadora do projeto.