As aulas em várias escolas das redes municipal, estadual e particular de ensino também foram prejudicadas pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus. Alunos, professores e funcionários não conseguiram comparecer às atividades na terça-feira (14) devido à falta de transporte. Nas 23 escolas municipais da regional CIC, por exemplo, metade dos estudantes não compareceu às aulas. Apesar das ausências, as aulas não foram suspensas na maioria das unidades.
De acordo com a Secretaria Municipal da Educação, todos os prejudicados pela paralisação terão suas faltas abonadas e, se necessário, haverá reposição de conteúdos. Além dos atrasos, cerca de 250 professores e educadores não compareceram ontem ao trabalho. Em algumas escolas da rede municipal, como a Pedro Viriato Parigot de Souza, no Sítio Cercado, houve a necessidade de unir turmas. Conforme o balanço da secretaria, quatro creches não funcionaram ontem duas na regional Pinheirinho e duas na de Santa Felicidade.
Na rede estadual de ensino, segundo dados levantados pela Secretaria de Estado da Educação, apesar da falta de alguns professores e funcionários, as atividades escolares ocorreram normalmente em 98% dos colégios de Curitiba e da Região Metropolitana. A determinação da secretaria é de que os professores reponham os conteúdos das aulas. Assim como nas escolas municipais, as faltas não devem ser consideradas.
Entre as centenas de estudantes que não conseguiram ir a aula por falta de ônibus está Leonardo Cardoso, 15 anos. Ele conta que foi surpreendido pela greve. "Fiquei impossibilitado de ir à escola neste dia [ontem]. Várias pessoas também ficaram em casa, pois não puderam ir trabalhar ou cumprir seus afazeres", relatou, por e-mail enviado à redação.
Engarrafamentos
Congestionamentos de veículos nos arredores das escolas também foram reflexos da greve no transporte coletivo. Com o fluxo de carros maior, o tempo que pais levaram para deixar seus filhos nos colégios também aumentou. Para chegar ao Colégio Medianeira, por exemplo, o tempo em uma fila de cerca de 500 metros do viaduto da Linha Verde com a Avenida das Torres até a escola era de 30 minutos, por volta das 13 horas.
A técnica judiciária Janaína Degraf não depende de ônibus para ir ao trabalho, mas teve de faltar o serviço por não poder deixar o filho de 2 anos na escolinha, no bairro Centro Cívico. A instituição particular estava fechada pela manhã. "Não tinha nem zelador. A maioria das professoras mora na região metropolitana. É o efeito dominó da greve", avalia.
Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe), Ademar Batista Pereira, os problemas nas instituições privadas foram pontuais. "A maioria dos professores tem carro. O maior impacto foi nos serviços", conta. Pereira considera que, entre os alunos, o maior número de faltantes ficou entre os matriculados no ensino médio. "Não deve haver nenhuma orientação por parte do sindicato [sobre abonos de faltas]. Cada instituição deverá avaliar cada caso e adotar uma postura", afirma.
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