Pontes, viadutos ou passarelas das rodovias federais no Paraná apresentam problemas e necessitam de obras de reparo. Segundo levantamento da empresa AAD Projetos, Consultoria de Engenharia, só no trecho da BR-116 entre Curitiba e São Paulo exatamente na rodovia do desabamento - todas as 50 pontes analisadas apresentam pequenos defeitos e precisam de reparos. Do total, 94% das pontes analisadas no trecho têm pequenos defeitos e precisam de obras localizadas. O estudo ainda aponta que 6% necessitam que os serviços sejam feitos para evitar o agravamento dos problemas.
A avaliação não deve ser motivo de preocupação para os usuários porque nenhuma corre o risco de colapso, segundo informa o engenheiro responsável pelo estudo, Amacin Rodrigues Moreira, coordenador do curso de Especialização em Patologia das Construções, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). "Elas precisam de reparos para se evitar o agravamento das avarias".
O engenheiro Ronaldo de Almeida Jares, do Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (DNIT), ressalta que nesse ano a situação é outra. Jares informa que as pontes do trecho receberam pequenos serviços de conservação, mas que as obras maiores estão previstas para serem feitas dentro do contrato de concessão do pedágio, que deve ser ainda em 2006. "O contrato de conservação de antigamente era limitado em R$ 5 mil por quilômetro. Em dois anos tivemos investimentos de R$ 2 milhões, exatamente metade do que está previsto só para esse ano. Quer dizer que os recursos dobraram", afirma. Já a assessoria de imprensa do Dnit informa que a situação atual é outra e prometeu enviar levantamento das obras em dez dias.
Porém o coordenador do grupo de transportes do Conselho Regional de Engenharia, Arquite-tura e Agronomia do Paraná (Crea), Joel Krüger, acredita que as questões das pontes não avançaram muito em relação a 2005. "O risco ainda existe, normalmente problemas de aterros nas cabeceiras das pontes, mas não seriam situações tão graves como do Capivari-Cachoeira", compara. A observação de Krüger é baseada pelo histórico do acompanhamento das manutenções que são feitas tanto nas rodovias federais quanto nas estaduais. "Geralmente se restringem as obras de tapa-buracos e recuperação de pavimento. As pontes precisam de manutenção como qualquer outra obra de engenharia, mas acabam ficando em segundo plano." (TD)