Um estudo mostra que a quantidade de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT (seguro obrigatório) aumentou 25% em 2013 na comparação com o ano anterior.
O levantamento foi apresentado pela seguradora Líder-DPVAT, responsável pelo gerenciamento do pagamento do seguro obrigatório no país. No total, foram pagos R$ 3,2 bilhões de indenizações. Segundo a seguradora, houve também um aumento de 26% nas indenizações por invalidez permanente no ano passado na comparação com 2012. No total foram pagos 444.026 indenizações no período.
De janeiro a dezembro de 2013, a maioria das vítimas indenizadas pelo seguro DPVAT foi do sexo masculino, 76%. Acidentes com motos foram responsáveis pelo pagamento de 71% das indenizações.
"O acesso da população às motos puxou o índice do pagamento das indenizações para cima. O motociclista é o próprio para-choque no acidente. Mas, o acidente não acontece necessariamente com o motociclista profissional, aquele que é motofretista, por exemplo, e sim aquele que usa a moto para ir e voltar do trabalho", disse Ricardo Xavier, presidente da seguradora Líder-DPVAT.
De acordo com o levantamento, apresentado na última terça-feira (11), houve ainda uma redução de 10% no número de indenizações pagas por morte no Brasil. Foram pagas 54.767 benefícios por acidentes fatais, ante 60.752 em 2012.
José Aurélio Ramalho, diretor presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, contesta a queda e diz que não há nada para ser comemorado. "Precisamos ver a quantidade real de acidentes não só os que mataram. Um acidente que deixa uma pessoa invalida lesa muito o Estado, que além de pagar o seguro obrigatório ainda precisa pagar uma aposentadoria por invalidez pelo INSS. A economia do país acaba perdendo", afirmou.
Para Ramalho, é preciso ter mais critério na hora de formar os condutores. Segundo ele, em março será apresentado ao congresso uma lei de diretrizes de base para a formação de condutores. "Não podemos mais adestrar as pessoas a tirar habilitação. Hoje você em 30 dias tira uma habilitação. É preciso realmente habilitar, para isso é preciso ampliar a carga horária das aulas e mudar a abordagem", afirmou.