São Paulo (AE) Uma conta feita durante dois anos pelo economista mineiro Eduardo Simões, da Universidade Federal de Juiz de Fora, revela que o péssimo estado das estradas brasileiras, somado a graves falhas na integração com portos, hidrovias e ferrovias custam a cada ano R$ 78,5 bilhões.
Esse valor, eqüivalente a 4,40% do Produto Interno Bruto (PIB), é a soma de uma infinidade de prejuízos, grandes e pequenos, que Simões contabilizou desde o momento em que um veículo cai em um buraco e, por exemplo, estoura um pneu. Para o economista, o aumento do valor do frete, a redução do lucro e o reflexo na disposição de contratar novos funcionários são algumas das conseqüências que as empresas pagam porque têm menos dinheiro para investir. "A queda desse investimento provoca uma redução de cerca de 3,8 milhões de empregos. E a renda dos consumidores, diminuindo, acarreta menos produção e menos exportações e se espalha por toda a economia, provocando uma redução no PIB."
Para reduzir esses custos não basta uma operação com a que o governo federal vem fazendo. "Ela é, em si, um tapa-buraco na política dos transportes", avisa Simões. O que é preciso, segundo ele, é fazer uma integração entre portos, rodovias, ferrovias e hidrovias, que são muito desiguais no Brasil: as rodovias respondem por 61% de todo o transporte e as ferrovias por apenas 23%. "É uma matriz de transportes desbalanceada. É preciso buscar com urgência a multimodalidade."
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